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Como educar para a gestão transformadora?

A semana mal havia se iniciado e vários internautas já debatiam nas redes sociais uma notícia publicada pelo portal UOL, da Folha de S. Paulo, sobre um trabalho acadêmico que se converteu no projeto de uma empresa inovadora.

Durante seu curso na pós-graduação em gestão de negócios, na Universidade Mackenzie, o engenheiro eletrônico Rodolfo Ferraz criou a fictícia Green Company, destinada a reciclar lâmpadas.

O plano de negócios foi elogiado pelo professor, que sugeriu a transposição do projeto para o mundo real. Isso viria a ocorrer logo depois, em 2009, com um investimento de R$ 150 mil.

Hoje, como uma equipe enxuta, a empresa fatura cerca de R$ 60 mil mensais. Tem como clientes universidades, hospitais, shoppings, hotéis e grandes redes de lojas. São processadas cerca de 80 mil lâmpadas por mês.

Os clientes pagam pelo serviço porque são obrigados, por lei, a descartar de modo correto esse tipo de resíduo. A Green Company atende regularmente a 250 empresas.

O equipamento separa o vidro, o alumínio, o fósforo e o mercúrio. Cada material recebe uma destinação específica no processo de reciclagem ou descarte.

O vidro, por exemplo, vai para uma empresa que o emprega na fabricação de tinta reflexiva, usada no asfalto em sinalizações de trânsito.

Este é um ótimo exemplo de como os processos educativos formais podem funcionar como incubadores de negócios e como bases para projetos de gestão inovadora.

Sem dúvida, a teoria é fundamental nos cursos de graduação, pós-graduação e especializações. No entanto, convém que os professores sugiram experiências práticas de aprendizado, capazes de despertar o espírito empreendedor dos estudantes.

Conforme exponho em meu livro A Economia do Cedro, vivemos uma época de dificuldades e urgências, mas que também abre inúmeras oportunidades para quem pretende constituir e gerir negócios inovadores, especialmente no campo da sustentabilidade.

Neste novo paradigma, a escola não é somente difusora de saberes, mas também laboratório de novos métodos de gestão e centro vivo de pesquisa e de fomento ao empreendedorismo.

Cabe aos estudantes, na graduação, na pós-gradução e nos MBAs, efetuar prospecções de mercado, reunir saberes de áreas diferentes e estabelecer um bom networking. É assim que podem impulsionar suas carreiras e auxiliar decisivamente na construção de um país ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.

Se você é professor ou aluno, pense nisso. Afinal, a teoria, na prática, funciona

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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