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Como gerir a mudança indesejada?

O assunto não tem ganho muito destaque na mídia. No entanto, The New York Times, um dos jornais de maior prestígio no mundo, faz o alerta: as mudanças climáticas farão com que países inteiros desapareçam ou percam porções enormes de território.

As reportagens detalham alguns dos estudos do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, divulgados dias atrás, em Yokohama, no Japão.

Diagnóstico: as calotas polares estão derretendo, o gelo marinho entrou em processo de colapso, o abastecimento de água está ameaçado em grandes metrópoles e as ondas de forte calor, seguidas de tempestades, estão se intensificando.

Em nações insulares, como Maldivas, Kiribati e Fiji, a terra emersa será drasticamente reduzida.

Bangladesh, responsável por apenas 0,3% da emissão global de gases responsáveis pelo efeito estufa, pode perder até 17% de seu território até 2050. Até lá, 50 milhões de pessoas podem emigrar, criando um grave problema político e econômico na região.

Mas não há perigo somente no “mundo distante”. Os estudos recentes mostram que o mar tende a subir mais rapidamente na costa leste dos Estados Unidos.

Segundo o jornal, um criterioso estudo mostra que meio metro de elevação vai expor imóveis no valor de US$ 6 trilhões em Baltimore, Boston, Nova York, Filadélfia e Providence.

Em Miami, já existem regiões que, em longos períodos do ano, experimentam inundações nas ruas. O esgoto volta para as casas. Estradas na Flórida já enfrentam alagamentos constantes. E muitas vão desaparecer até 2050.

Em artigo recente, que fazia menção a meu livro A Economia do Cedro, tratei de ações práticas que podem minimizar os efeitos das mudanças climáticas.

Há, no entanto, uma questão de natureza moral que precisa ser seriamente discutida. Há uma simulação de normalidade, como se nada de realmente grave estivesse ocorrendo.

Aqui e ali, ouvimos frases de conformismo. Há quem acredite que nada mais pode ser feito. Há também aqueles que, preocupados apenas com a própria sorte, julgam que esse é um problema do futuro, que deve ser resolvido pelas futuras gerações.

A sociedade, de modo geral, empurra com a barriga. Vê mil problemas, por exemplo, para substituir modelos de produção e hábitos de consumo.

Portanto, fica o aviso da realidade. A melhor gestão depende da compreensão ética dos problemas e de disposição autêntica para solucioná-los.

Gerir bem exige coragem, determinação e um senso de responsabilidade em relação aos que estão distantes, no espaço e no tempo. Que futuro você deseja para seus filhos e netos? Pense, reveja conceitos, atue localmente, pense globalmente.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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