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Colunista

Por que a ética é fundamental aos novos negócios?

Frequentemente, ouvimos e lemos a palavra ética nos noticiários. Há sempre alguém que agiu sem ela, que prosperou de forma imprópria.
Mas, afinal, que história é essa de ética? Do que se trata?
Sócrates acreditava que bastava ao indivíduo ter a noção do bem para praticá-lo. Quando alguém assim agia, seguindo os princípios da ética, credenciava-se a alcançar a felicidade.
Os gregos da época sabiam muito bem que deveria haver uma ligação entre o bem comum e o bem individual.
Sócrates defronta-se, no entanto, com o relativismo moral defendido pelos sofistas. Enfrenta a hipocrisia da sociedade ateniense e segue valorizando a bondade, a moderação e a busca do conhecimento.
Curiosamente, se vivesse hoje, Sócrates encontraria o mesmo tipo de inimigo. Veria pessoas que fazem a apologia das leis, mas não as cumprem, que adoram acusar, mas não praticam a autocrítica.
Como em seu tempo, veria gente moralista, mas que abre mão da ética quando pode tirar vantagem individual de uma situação.
Nesse caso, veria pessoas que são seguidoras de hábitos, costumes e ritos, mas que nem sempre seguem preceitos associados a dever e responsabilidade.
Umberto Eco, o filósofo italiano, expressou a seguinte ideia na obra “Cinco Escritos Morais”:
- A dimensão ética começa quando entra em cena o outro. Devemos, antes de tudo, respeitar o direito da corporalidade do outro, entre os quais o direito de falar e pensar. Se nossos semelhantes tivessem respeitado esses "direitos do corpo" não teríamos tido o massacre dos Inocentes, os cristãos no circo, a noite de São Bartolomeu, a fogueira para os hereges, os campos de extermínio, a censura, as crianças nas minas, os estupros na Bósnia.
Há uma frase bastante conhecida que sintetiza esse pensamento: “faça aos outros somente aquilo que gostaria que fizessem a você”.
No meio corporativo, a ética é hoje um dos pilares da sustentabilidade. Se não for responsável e solidária, a empresa não pode cumprir seu propósito, que se estende para muito além da obtenção do lucro.
Nos assuntos econômicos, vimos que a ausência da ética tem sido elemento chave nas crises mundiais, como a dos subprimes, iniciada em 2007-2008. Negociar de verdade exige a posse e controle de ativos tangíveis, com lastro, ou seja, carregados de valor.
Essa é a ética que garante a vitalidade dos mercados. Se o referente monetário não representa um valor real, alguém está sendo enganado.
No fundo, a crise europeia atual tem origem em irresponsabilidade, na manipulação maliciosa dos símbolos de valor.
No território das empresas, testemunhamos diariamente afrontas ao direito do outro, seja ele um fornecedor, um acionista, um colega de trabalho, um concorrente ou um cliente.
Lidar eticamente com os stakeholders exige uma visão do conjunto de interesses e direitos do outro.
Nos últimos anos, a pressão competitiva tirou muita gente do caminho da ética. Confundiu-se o aproveitamento legítimo da oportunidade com a ideia de “levar vantagem”.
Trata-se de um fenômeno global, reportado por analistas corporativos norte-americanos, europeus e dos países emergentes.
Cabe alertar, no entanto, que a toda ação corresponde uma reação. Tudo o que se faz tem um preço. A cobrança pode demorar, mas chega.
Algumas empresas elevam suas receitas desrespeitando direitos do consumidor. Na sequência, no entanto, perdem credibilidade. Em termos de imagem, são brutalmente desvalorizadas.
No campo das relações pessoais, a vantagem ilícita reduz a confiança do outro e pulveriza reputações.
De forma especial, as Gerações X e Y perceberam que não existe futuro possível para a humanidade sem ética e responsabilidade.
Práticos, curiosos, bem informados e implacáveis, eles não têm medo de abrir a boca para denunciar uma malfeitoria. E, de quebra, podem se valer dos meios digitais para expor o meliante, sejam políticos, servidores públicos ou executivos de grandes corporações.
Cabe aos líderes empresariais fomentar urgentemente a cultura da ética em suas comunidades produtivas.
Já não basta ser correto. É preciso fazer com que os liderados também sejam. Para isso, é preciso democratizar as relações humanas, respeitar a singularidade de cada indivíduo, aumentar a transparência e buscar diariamente o bem comum, interna e externamente.
Se existe uma companhia, é porque ela contempla a existência do outro. Pense nisso neste início de 2012.
Afinal, a teoria, na prática, funciona!


Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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