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Colunista

A Lâmpada Mágica da Inovação

Inovar é imprescindível para ter sucesso no mundo globalizado. Quem disse? Peter Drucker disse, Philip Kotler também disse, o “palestrante que foi lá na empresa” disse, o “livro que li ontem disse”, “a matéria da revista de economia disse”, o professor disse, “passou na televisão”! Quem não inova, não cresce e vai ficar fora do “jogo”. Muito bem. Então existirão dois tipos de pessoas: as que inovam (os grandes gênios que todo mundo conhece), e as que não inovam que são os “meros mortais”, certo? Errado! A inovação tornou-se a grande necessidade das empresas há pouquíssimo tempo, mas já deu para cansar das contradições que o assunto traz. Na prática, há muito discurso, mas pouca inovação. A minoria de verdadeiros inovadores obviamente discorda de mim. Mas sem dúvida concordam que representam uma minoria. É complicado saber que quem deveria inovar está cada vez mais longe disso, porque espera-se que “o santo baixe” ou que “Deus ajude as pessoas a pensar de fora da caixa”. Além disso, dentro das empresas temos que esperar todo o processo burocrático para que nossas idéias sejam sequer ouvidas. Esperando “o santo baixar ou a burocracia acabar, só chegaremos à conclusão de que o dia, mais uma vez chegou ao fim. E nada mais. Além de que “temos que trabalhar duro, pois não há tempo a perder”, disse o chefe nos quatro cantos do planeta. Já reparou que quando se toca no assunto de inovação, sentimo-nos como idiotas diante dos grandes “gurus” inovadores? Bill Gates, Steve Jobs, Jach Welch e outros visionários famosos são os “malabaristas da inovação”. Aprendemos que inovar é coisa para gênio. “Quem pode, pode!” E esse é o grande paradigma.

Definitivamente inovar não é coisa de gênio. É coisa de gente! Mas já que insistem em ter um gênio na história e está na moda atribuir as grandes criações a tais seres mitológicos, este artigo é dedicado ao gênio que existe em você, caro leitor, que merece sucesso e tem tudo para inovar hoje e sempre. Até porque o futuro dependerá de muita inovação. E não se preocupe com a “lâmpada mágica”. O gênio é você! Considere este artigo como uma espécie de “lâmpada mágica”. Eu a esfrego daqui e você aparece daí. Sou mágico e tenho várias “lâmpadas mágicas” no meu estoque; uma para cada gênio adormecido. Mas tem uma condição: quando você sair, três pedidos que farei devem ser atendidos, três atitudes para despertar o gênio inovador que existe em você. Fechado? Então aí vão os 3 pedidos:

1. Entenda e aceite que inovar é uma capacidade de todo ser humano; você só precisa saber como pensar para inovar, como direcionar o seu pensamento. No universo empresarial inovar é fazer dinheiro, gerando lucro ou baixando o custo.

2. Adote um método para inovar; precisamos de método, de ter controle sobre o processo inovativo, direcionando a imaginação para criar utilidade ou eliminar a inutilidade (por exemplo: o custo alto ou uma ação que não faça sentido com a estratégia são inúteis).
A inovação tem que se tornar o resultado de um pensamento orientado e não um acaso da sorte ou da inspiração. Assim como temos controle sobre a qualidade e sobre a estratégia, porque não controlar o planejamento e a gestão da inovação?

3. Conecte, adapte; inovação, na maioria das vezes não significa inventar algo novo. Significa conectar coisas que já existem para criar nova utilidade ou fazer com que algo inútil deixe de existir. Claro que em em muitos casos surgem elementos novos mas o sufixo “Nov” contido na palavra sugere que a novidade seria uma constante, o que não é verdade. O que sempre é novo no ato de inovar são os pontos de vista e as atitudes. Outro aspecto importante: a convergência é o princípio do grande movimento da economia global e também um dos princípios que regem a inovação. Conectar é convergir; pense nisso.

Inovação também acontece quando se adapta algo que é novidade para um determinado sistema, mesmo que esse algo não seja novidade no mundo. Ou mesmo quando reativamos algo que está inativo em nosso sistema, gerando lucro ou redução de custo.

Historicamente, a inovação sempre esteve presente na humanidade, mas tem sido privilégio de poucos, tanto no âmbito econômico quanto social. Até porque a cultura popular, na prática resiste muito às mudanças que permitiriam mais atitudes inovadoras. Domenico de Masi, sociólogo italiano diz algo muito interessante sobre o assunto. Segundo De Masi, grande parte dos conflitos sociais, políticos e culturais, como o terrorismo, a criminalidade, o tráfico e uso de drogas, as discórdias entre nações, pessoas e famílias são frutos da incapacidade humana de inovar e principalmente de catalisar a mudança, fator imprescindível para a inovação. Ele afima que muita coisa já era para ter se transformado há muito tempo, mas o próprio ser humano não aceita e nem permite. Em pleno século XXI, época que ele chama de era Pós-Industrial, não é difícil lembrar de coisas que mais complicam a nossa vida do que geram soluções. Além da resistência às mudanças, a ambição pelo poder tem sido uma barreira à cultura da inovação.

Um bom exemplo de tais barreiras no âmbito social é a falta de investimentos em educação de base. No Brasil, infelizmente é uma dura realidade. Nem é necessário ir muito longe para entender os efeitos disso. Basta observar como as pessoas continuam sendo infectadas por doenças sexualmente transmissíveis, por um motivo básico: não se usa preservativo. Outra questão relavante é o planejamento familiar. O desconhecimento de regras básicas de economia eleva consideravelmente o volume de cidadãos que gastam mais do que ganham e não planejam o futuro. E para nossa surpresa esse comportamento começou a atingir o “topo da pirâmide” também. A revista Época nº 686, publicada em julho de 2011 traz dados que surpreendem; até mesmo as classes A e B, que teoricamente tiveram oportunidade de estudar ignoram princípios básicos de educação financeira. Seja por desconhecimento ou por negligência, trata-se de ignorância. Se as pessoas entendessem que colocar o dinheiro para trabalhar por elas é mais interessante do que ser escravo do dinheiro, já estariam inovando intensamente. O objetivo da inovação empresarial é gerar lucro. No aspecto financeiro, mesma coisa para o cidadão. Robert Kiyosaki, autor do consagrado livro Pai Rico Pai Pobre afirma que a “massa” ignora o básico conceito de ativo e passivo em economia. A compulsiva carteira de passivos da classe média, surpreendemente vem se tornando também uma propriedade das classes mais favorecidas. E estes são apenas alguns exemplos. Há muitos outros. É realmente impressionante como resistimos às mudanças, à necessidade de fazer diferente. Não adianta ter a necessidade ou o desejo de mudança se na prática não há ação. Na cultura ocidental, o conservadorismo ainda é muito forte. Até hoje somos regidos por crenças seculares que limitam muito a nossa visão. Manter certas tradições como a gastronômica ou artística representa um ato de cidadania e aculturamento das futuras gerações. Mas manter velhos hábitos inúteis significa literalmente sabotar o desenvolvimento.

Para criar uma nova cultura acerca da inovação podemos começar nos negócios, na vida pessoal, nas relações ou mesmo no perfil profissional. Existem várias ferramentas que tornam o ato de inovar um processo, um método. Cientistas de todo o mundo desenvolveram formas de se fazer gestão com a inovação assim como se faz com qualidade, com a estratégia, com o marketing. Isso mesmo! O ato de inovar passa a ser um método, controlado, com metas e resultados concretos O que importa é utilidade e a simplicidade. Inovar, como tudo que funciona no mundo, tem que ser simples! Tem que ser um processo simples. Há algum tempo venho estudando algumas destas ferramentas. Uma das mais práticas e funcionais é a que foi proposta por W. Cham Kim e Renée Mauborgne em seu consagrado livro A Estratégia do Oceano Azul. Na obra, o chamado modelo das quatro ações foi apresentado como um meio para inovar nos modelos de negócio. No entanto, este mesmo método pode ser utilizado para inovar em produtos, em serviços, em modelos de negócio, no perfil profissional, nos processos e até mesmo na vida pessoal. Tive uma professora de marketing que dizia que as pessoas adoram complicar as coisas, sendo que os grandes gênios sabem que simplificar tem muito mais utilidade. Um dos homens de negócio mais conhecidos por sua personalidade inovadora e que defende obsessivamente a simplificação é Steve Jobs, presidente da Apple. Ele próprio diz que a função do design de seus produtos é simplificar o uso e a vida de todo mundo que possui um Apple. Além de que suas apresentações de produtos, que fazem sucesso no mundo inteiro são pautadas na simplicidade de sua linguagem e de suas mensagens. O modelo das quatro ações é abaixo apresentado, trazendo as quatro diretrizes que direcionam o pensamento inovativo com a premissa criar novos modelos de negócio focados na inovação de valor para tornar a concorrência irrelevante. Pode-se também utilizá-lo focando na base da inovação nos negócios que é gerar lucro e reduzir o custo. No caso do perfil profissional, esta base também é obviamente o valor deste do profissional, obtido primordialmente pelos resultados superiores que determinado perfil possa oferecer. Por exemplo: se você tem uma formação que tradicionalmente é muito técnica, desenvolver competências de gerir pessoas pode fazer toda a diferença. Gestores de projetos ilustram bem este exemplo. Gestão de projetos é essencialmente gestão de pessoas; custo, escopo, prazo e outras variáveis não servem para nada sem o alinhamento e comprometimento das pessoas. E no caso da vida pessoal, a referência para rodar a matriz geralmente é obter o resultado de ser feliz. Assim como o dinheiro é o lucro do trabalho a felicidade é o lucro da vida. Certamente, cada caso é um caso e cada um define o que é felicidade para sí. Abaixo o modelo das quatro ações com o exemplo do Cirque Du Soleil extraído do livro A Estratégia do Oceano Azul de W. Cham Kim e Renné Mauborgne:

ELIMINAR • Astros circenses
• Espetáculos com animais
• Descontos para grupos
• Espetáculos em vários picadeiros

REDUZIR
• Diversão e humor
• Vibração e perigo

ELEVAR
• Picadeiro único

CRIAR
• Tema
• Ambiente refinado
• Várias produções
• Músicas e danças artísticas


Contatos através do e-mail: contato@danielbizon.com.br
Site: www.danielbizon.com.br

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