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Colunista

Como mulherizar a gestão?

Há mais de uma década, lancei meu primeiro livro, Reinventando Você, que motivou e orientou muitos jovens gestores e empreendedores.

Em um dos capítulos, tratei especificamente do processo de mulherização das organizações.

Contei um pouco da luta das mulheres para vencer preconceitos e superar barreiras. E mostrei como elas, muitas vezes, precisavam cumprir duplas jornadas de trabalho, mesmo quando ocupavam altos cargos nas empresas.

Passados doze anos, vemos alguns avanços significativos nesse campo, aqui mesmo no Brasil.

Aumentou o número de mulheres em cargos administrativos e, sem dúvida, elas estão sendo capazes de reinventar importantes aspectos da gestão, “mulherizando” o áspero mundo do trabalho.

No passado, muitas profissionais qualificadas eram compelidas a copiar métodos masculinos de comando. Para se manterem nas chefias, acabavam por adotar posturas autoritárias e pouco democráticas.

Hoje, cada vez mais, vemos que as mulheres estão construindo paradigmas híbridos, que reúnem competência, empenho, visão estratégica, intuição, esforço conciliador, criatividade e diplomacia.

Nesses casos, o comando é exercido sem que se perca a doçura e o talento para a construção de relações humanas fortes e duradouras.

Além disso, nesse mundo corporativo veloz e exigente, as mulheres nos ensinam a lidar com os desafios do tipo multi-tarefa. Elas são ótimas nisso. Sempre foram.

Não por acaso, a semana começa com o anúncio de um convênio formado entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Itaú Unibanco.

O programa Women Entrepreneurship Banking (WEB), desenvolvido pelo BID, procura apoiar a parcela de 70% de mulheres empreendedoras que relatam dificuldades para obter financiamento.

O projeto procura premiar as virtudes desse seleto público. Segundo as pesquisas da instituição, as mulheres têm taxas de inadimplência muito menores que os homens e são mais leais às instituições que lhes oferecem crédito.

No caso do Brasil, serão selecionadas 1,5 mil empresas para participar do plano piloto, a princípio na região Sudeste. O foco é naquelas com faturamento anual de até R$ 2 milhões.

Esse é mais um importante passo no desenvolvimento de uma cultura inovadora de gestão e empreendedorismo. É assim, mulherizando a gestão, que crescemos, geramos valor e nos humanizamos.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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