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7 Coisas que não são uma Startup

16/05/2014 -

Uma confusão passou a ser comum no ainda restrito universo de startups. Deixemos claro logo de saída: um produto não é uma empresa, embora uma empresa possa sim ser construída em cima de um único produto. Produtos maravilhosos surgem todos os dias no mercado, alguns deles produzidos e criados por empresas já estabelecidas, outros criados por grupos de pessoas dispostos a erigir uma nova empresa ao redor de seu protótipo e, finalmente, aqueles que pretendem conduzir as duas coisas como se fossem apenas uma.

O momento das startups nesta década é, em certos aspectos, extremamente diferente do momento vivido por companhias “pontocom” 10 ou 15 anos atrás. Para início de conversa, realmente há um vasto mercado consumidor – todos que podem ou poderiam comprar seus produtos e serviços de fato possuem acesso à rede. Isso estava longe de ser uma realidade em 2000. Também havia grandes barreiras técnicas às propostas de valor oferecidas por algumas daquelas companhias. Como as startups de hoje, elas tentavam vender conveniência, rapidez e facilidade, mas a internet discada, com provedores aqui e ali, era inconveniente, lenta e difícil e cara de conseguir.

Hoje não temos esses obstáculos, mas talvez ainda assim estejamos incorrendo em alguns erros dos negócios do passado. Vemos, entre as startups que aparecem aqui e ali, diversas empresas à venda, com produtos que possuem algum potencial… sendo que talvez devêssemos estar vendo mais empresas com potencial, vendendo diversos produtos. A ordem dos fatores aqui altera completamente o resultado. Ainda que a monetização seja “uma segunda etapa”, sua empresa precisa ter um produto ou serviço para vender. Investidores, aceleradoras e especialistas dão o alerta que até poucos anos atrás parecia ser óbvio: não irá colar para sempre vender uma empresa com um nome bonitinho e uma possibilidade de produto rabiscada em um guardanapo. Para tanto, resolvemos relacionar aqui 7 coisas que definitivamente NÃO configuram uma startup:

1. Um website

Você até pode argumentar que toda startup possui um website (o que continua não sendo necessariamente verdade), mas não adianta bater o pé. Jogar um website no ar e confabular a respeito não transforma essa sua “ideia” em uma empresa, ainda mais uma startup. Afinal, de repetível sua ‘startup’ só tem o fato de qualquer um hoje coloca um site no ar. Escalável? Só se você acessar seu site na Serra das Guianas. Ter um site não é privilégio de empreendedores, e para falar a verdade, há dezenas de startups (essas reais) com plataformas que permitem a qualquer pessoa colocar um bom website no ar, arrastando e soltando elementos das páginas.

2. Uma ideia

Uma ideia é apenas um pensamento – não possui necessariamente tangência com a realidade e está completamente baseada no que chamamos de “repertório” do idealizador. Por exemplo, eu poderia ter uma ideia sensacional, criando um produto inovador que permite acender fogões sem o uso de fósforos. O problema? Minha falta total de referência a respeito desse segmento faz com que eu ignore que:



3. Fundadores

Não é apenas mudando a terminologia de “sócio” para “fundador” que você conseguirá criar uma startup. Eu até arriscaria dizer que, quando mencionado em inglês (já vi um punhado de cartões de “founders” aqui no Brasil), a probabilidade de que tal empresa não se trate de uma startup, ou mesmo que sequer haja uma empresa, beira os 90%.

4. Um aplicativo mobile

Vale a mesma ideia do website: um app é mobile é nada mais do que um app mobile. Não queiram dourar a pílula e transformar produto em empresa. Grandes startups criam dezenas de apps, ou muitas vezes nenhum. Do mesmo modo que você não encontra apenas árabes usando turbantes ou indianos vestidos como Gandhi, não é todo app que remete a uma startup, ou vice-versa.

5. Cargos e posições “fancy”

Sempre fico imaginando – não existe um simples “gerente” em uma startup? Ou algo como um simples auxiliar de escritório, ou um daqueles estagiários genéricos, que possuem funções para as quais o curso ou formação não faz qualquer diferença?

Não. Todos em startups precisam ser diretores, vice-presidentes, ou algum “C-qualquer-coisa”… CEO, CTO, CMO, CFO, COO e daí em diante. Rebatizar todos os funcionários e sócios daquele seu escritório de design ou agência de comunicação não irá tornar sua empresa uma startup, mesmo se você recorrer a nomenclaturas extremas e até ridículas, como “Ninja de Mídias Sociais” ou “Marketing Padawan”.

6. Um modelo Canvas

A ferramenta criada por Alex Osterwalter sem dúvida revolucionou não apenas o modo com que empresas nascem, como também o desenvolvimento de produtos e serviços dentro de empresas já existentes. Contudo, isso não significa que uma página de Canvas rascunhada possa consistir em uma empresa: o nome “modelo” deveria dar a dica. Isso até porque a grande maioria das startups que persistiram às adversidades trabalharam inúmeros Canvas diferentes em seus estágios de evolução, sempre corrigindo falhas e atualizando os campos à medida que novas constatações surgiam. Em outras palavras: o Canvas não substituiu o contrato social.

7. Perfis em redes sociais

Fan pages, contas no Twitter, menções a cargos em perfis pessoais… parece que mais importante do que construir uma startup é dizer que possui uma. Ser empreendedor não é uma carreira e, se você pensar bem a fundo, pode até figurar como um atributo negativo se na realidade o que você busca é notoriedade em sua profissão. Empresas dificilmente contratam “empreendedores”, ao contrário do que muitos pensam. O objetivo das empresas é conseguir o melhor funcionário possível, pelo menor custo e pelo maior lapso de tempo que puderem. Nesse caso, empreendedores são geralmente caros, pois precisam de salários suficientes para demovê-los de seus empreendimentos e também são imprevisíveis, ou seja, nunca se sabe quando abandonarão seus empregos para se aventurar em suas ideias e projetos.


* Carlos Matos - Jornalista experiente na área econômica, com vivência em redação e edição nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Além dos trabalhos em caráter integral, realizou diversos jobs e atividades para revistas, jornais, sites, além de pesquisas e estudos econômicos para entidades e empresas nacionais e estrangeiras. Recentemente empreendedor e microempresário na área de comunicação, design e webdesign.
Especializações
edição, planejamento editorial, diagramação, editoração gráfica, coordenação de equipes, coaching editorial, media training, palestras e seminários, web design, wordpress, mídias sociais

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