Dicas práticas para viabilizar uma adequada administração de estoques sobressalentes.
O uso das classificações aplicadas à gestão de estoques permite agrupar e organizar os itens sob um determinado critério e, por conseqüência, reduzir a particularidade e individualidade de cada item.
Caso contrário, seriam tantas variáveis em situações e contextos tão diferentes que potencializaria a complexidade da administração e reduziria sensivelmente a uniformidade dos cursos de ações e ponderações nas tomadas de decisões. A seguir, apresentaremos algumas classificações úteis ao leitor.
Tipo de manutenção: para abordagem dos estoques dividiremos os diversos tipos de manutenção em duas classes:
Planejada: nesta classe caracterizam-se os tipos de intervenção em que existe algum tipo de antecipação das necessidades de materiais a serem aplicados.
Não planejada: nessa categoria, a intervenção é do tipo corretiva, do tipo que a quebra deve ser reparada em seguida ao evento. A decisão sobre disponibilidade dos sobressalentes é crítica nessas situações.
Classificação XYZ: podemos classificar as SKUs em três classes segundo a aplicação, do ponto de vista de criticidade, isto é, a importância vital de cada equipamento e respectivo impacto no processo produtivo.
Classe Z: alta criticidade – vital, equipamento cuja falta interromperá o processo produtivo.
Classe Y: média criticidade – o equipamento que participa do processo produtivo; sua paralisação pode gerar perda de produtividade ou por algum tempo não implicará na interrupção da produção.
Classe X: baixa criticidade – item ordinário, cujo equipamento envolvido não participa diretamente do processo produtivo.
Nível de prioridade: reflete a pressão do tempo, podendo ser utilizado no planejamento dos trabalhos da manutenção. Pode-se usar como uma opção em complemento à classificação XYZ.
1: Emergência – manutenção que deve ser feita imediatamente após detectada a sua necessidade.
2: Urgência – manutenção que deve ser executada o mais breve possível, de preferência em até 24 horas.
3: Necessária – manutenção que pode ser programada para execução em alguns dias.
4: Desejável – manutenção que pode ser programada para execução em algumas semanas.
5: Prorrogável – manutenção que pode deixar de ser executada, por exemplo estética.
Classificação ABC: o critério mais usado consiste no consumo médio do item multiplicado pelo seu custo de reposição e divididos usualmente em três cortes acumulados: até 85%, até 95% e até 100%, respectivamente classes A, B e C em ordem decrescente de relevância financeira.
Itens A: alta relevância financeira.
Itens B: média relevância financeira.
Itens C: baixa relevância financeira.
Classificação 123: podemos classificar as SKUs em três classes segundo critérios de complexidade da aquisição, de ponto de vista de suprimentos, isto é, a existência de um ou mais fatores complicadores e respectivos pesos.
Classe 1: alta complexidade para aquisição – materiais com elevado lead time, importados, fornecidos ou fabricados sob encomenda e que apresentam escassez do número de fornecedores.
Classe 2: média complexidade para aquisição – materiais que apresentam algum fator complicador, poucos e não todos presentes no grupo.
Classe 3: baixa complexidade para aquisição – materiais padronizados geralmente com muitas opções de fornecimentos.
Tomada de decisão: as classificações apresentadas podem auxiliar a gestão dos estoques na criação de políticas e definição de estratégias. A figura a seguir representa uma escala de variáveis separadas em dois grupos: a tabela da esquerda são direcionadores e a da direita encaminhamentos da gestão de estoques. Para cada variável, as setas verticais representam orientações.
Conclusão
Naturalmente, não existem limites ou fronteiras precisas. O quadro servirá de orientação para o processo de raciocínio lógico para cada empresa desenvolver e combinar essas variáveis em seu próprio e exclusivo conjunto de políticas e decisões.
Mauro Tomaselli
Coordenador de Projetos da IMAM Consultoria
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