“Quem não compreende um olhar tão pouco compreenderá uma longa explicação” Mário Quintana No mundo corporativo é comum vermos apenas “parte” da realidade. É fácil perceber o sucesso ou o fracasso de uma determinada empresa ou pessoa, mas quase nunca se sabe o motivo (real) do que as levaram a tal situação. Especialistas afirmam que a primeira impressão é a que fica. As pesquisas psicológicas revelaram que as pessoas dão uma importância muito maior às informações iniciais do que às posteriores. Sabendo disso, caprichamos em como vamos aparecer e nos comportar diante dos outros em encontros de negócios e aparições públicas. Manter a aparência é fundamental, mas é difícil saber o que se esconde (ou se camufla) por detrás daquele terninho impecável ou daquela fachada esplendorosa.
Na maioria das vezes, o que vemos é a pontinha do ice berg. Dentro desse contexto, existem duas armadilhas clássicas: a primeira é que (quase) sempre existem lacunas entre a maneira como achamos que somos vistos, e a maneira como realmente os outros nos vêem. A segunda é que, apesar de ser marcante, a primeira impressão, principalmente quando é boa, abre portas para um segundo, terceiro ou até diversos outros encontros onde a aparência passa a um plano inferior e o que realmente conta é o que você ou sua empresa são em sua essência. Segundo Albert Merhabian, pioneiro da pesquisa da linguagem corporal na década de 50, em toda comunicação interpessoal cerca de 7% da mensagem é verbal (somente palavras), 38% é vocal (incluindo tom de voz, ritmo, altura, inflexão e outros) e 55% é não verbal. Num primeiro momento esse quadro pode parecer assustador, afinal ele mostra que 93% do que é percebido numa relação entre duas pessoas vai além, e muito, do conteúdo do que é dito, mas se começarmos a observar atentamente, a linguagem do corpo nada mais é do que o reflexo externo do nosso estado emocional. Na dúvida entre o que o uma pessoa diz e como ela age, a ação “fala” bem mais alto. No contexto empresarial, por exemplo, a missão, a visão e os valores de uma organização devem ser não apenas enfeites em quadros pendurados nas paredes, ou em ícones daquele site em flash, mas sim sua “alma”. Mais do que estampadas (e bonitinhas) essas frases devem nortear as relações de uma empresa.
Em relação às pessoas, é importante ressaltar que não bastam apertos de mão firmes, cartões de visita em alto relevo, tapinha nas costas e frases de efeito. Existe uma frase de Ralph Waldo Emerson, do século 19 que diz: “Aquilo que você é soa tão alto que mal posso ouvir o que você diz”. O que eu quero dizer com tudo isso é que não basta caprichar na “embalagem”, o conteúdo tem que ser tão bonito quanto.
E como diria um dos meus gurus, o Nizan Guanaes: “Conteúdo sem marketing é burrice e marketing sem conteúdo é picaretagem”. Ambos devem caminhar de mão dadas.
Autora: Carolina Manciola
Voltar | Índice de Artigos |