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Bote a meta no trombone

03/01/2007 -

O grande segredo para a plenitude é muito simples: compartilhar.
                                                                                Sócrates

Sou contra a idéia de que a passagem de ano é “O” momento de pararmos para estabelecer novas metas, definir novas resoluções e compromissos. Pois diria que é “TAMBÉM” o momento, porque todo dia é dia de fazermos isso. Ademais, fazer isso de ano em ano é muito tempo. Dá tempo de esquecer, de perder as forças, de desviar a rota, enfim, de perder no tempo as benditas metas. Mas como não dá para ir contra o mundo, e a tradição reza que no início de ano é tempo de planejar e assumir compromissos, quero lhe ajudar a fazer isso da melhor forma possível.

De imediato lhe digo o seguinte: pegue suas metas e torne-as públicas, exponha-as às pessoas, aos amigos e colegas de trabalho. Isso irá gerar um compromisso maior, porque além de você ter de dar satisfação a você mesmo, terá também de dar satisfação aos outros, e o nível de vergonha sentida pelo não cumprimento da meta poderá ser grande o suficiente a ponto de lhe fazer perseguir com mais empenho a dita meta estabelecida. Vou relatar um episódio que me ocorreu e que pode lhe parecer frugal, mas que tem tudo a ver com o tema.

Quem acompanha meus textos há mais tempo sabe que sou corredor de rua, e que faço meus treinos religiosamente. Treinei toda a semana antes do Natal, e no dia 25/12/2006, segunda-feira, conversando com dois amigos, eles me perguntaram se ainda estava conseguindo correr, mesmo com tantas festas. Como sou extremamente competitivo em tudo, tomei a pergunta como um desafio e de pronto respondi que sim. Eles continuaram: “Mas já correu inclusive hoje (era Natal, e em torno de 13h)?” Disse que ainda não, mas que ainda iria treinar às 17h. Guardei a minha palavra e, depois da praia, voltei para casa. Dormi o resto da tarde, e quando acordei já eram 18h. De imediato lembrei que tinha assumido o compromisso de ir treinar ainda naquele dia. Relutei em ir, mas quando lembrei que não teria argumentos para justificar aos amigos o fato de não ter ido, e que isso seria quebrar minha própria palavra, e dar margem para que alguém me percebesse como uma pessoa não resoluta, não resisti. Dei um pulo da cama, vesti short e camisa, calcei o tênis e me mandei para o treino. Missão cumprida!

Entenda o seguinte: é muito mais fácil mentirmos para nós mesmos do que para os outros. É mais fácil ficarmos dando desculpas a nós mesmos por nossas displicências, do que aos outros. Então, quando assumimos compromissos públicos, investimos os outros de autoridade para nos cobrar o que prometemos. E o não cumprimento gera constrangimento. Quem se preocupa com a própria imagem e tem bem desenvolvido um senso de responsabilidade pessoal, não aceita facilmente a idéia de ser percebido como um derrotado, que não consegue sustentar suas promessas.

Lembro-me de duas passagens bíblicas que já há muito tempo nos ensinam isso. A primeira, registrada por Lucas (12:8), revela palavras do próprio mestre Jesus: “E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus”. E na outra, Paulo anuncia aos Romanos (10:9) que “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Ora, eu me pergunto: porque a necessidade de confessar publicamente? Simples: por causa do compromisso público que isso gera, e que faz daquele que confessa um alvo de análise e crítica dos outros. No fim, este ato o faz mais disciplinado em ser coerente com sua confissão, seja de um credo, seja de uma meta.

Portanto, não interessa quais sejam suas metas de 2007, se pessoais, profissionais, familiares, sociais ou espirituais; se diárias (número de contatos, por exemplo), semanais (dias de atividade física), mensais (volume de vendas), semestrais e/ou anuais. É imprescindível que você as tenha. E depois de estabelecê-las, é hora de assumir compromissos públicos. É hora de colocá-las no trombone e declará-las publicamente. No mais, é agüentar a cobrança natural, que se você souber aproveitar bem, serve como combustível para você queimar e mover a si mesmo na direção das suas conquistas.

E para ser coerente, assumo publicamente que volto meus boletins semanais neste 2007. Sei que para muitos isso pode não significar muito, mas para mim significa. E isso é o bastante!!!


Paulo Angelim
Empresário imobiliário e Palestrante Nacional em Marketing, Vendas e Motivação
www.pauloangelim.com.br
pauloangelim@uol.com.br
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