Aquela visão de que o ano no Brasil só começa depois do carnaval ficou apenas na memória de gerações antigas (lembrando que estou falando de idade apenas como um estado de espírito). Desde o dia 1º de janeiro, 2012 já começou acelerado. Desse modo, quero propor uma charada empreendedora para esquentar ainda mais esse final de fevereiro que se aproxima.
A empresa “A” foi fundada por um empreendedor em série, que largou a faculdade logo no início para abrir três negócios diferentes: uma produtora de games para celular, um portal de games e um site de compartilhamento de vídeos. Cada uma dessas empresas foi vendida com sucesso. Após dar uma pausa na vida de consultor/investidor, este empreendedor convidou um executivo de alto salário, com experiência em grandes bancos e diplomas em Cornell e Yale, para fundar uma startup que desenvolve games sofisticados. Eles levantaram U$19 milhões com um fundo de venture capital e conquistaram milhões de usuários e entraram em um processo de aquisição de outros estúdios de games.
A empresa “B” começou com dois jovens sócios. Um deles largou a faculdade. O outro, muito relutante, abandonou seu emprego. Eles receberam diversos “nãos” de investidores. Um deles vendeu a sua van e o outro investiu U$250 para lançar a o negócio. Depois de um tempo – e várias cabeçadas - conseguem levantar U$ 250 mil e tornam-se extremamente bem-sucedidos, dando origem a diversos produtos que causaram impacto nas vidas de milhões de consumidores.
Mais informações: uma das empresas foi fundada nos EUA. A outra, na Turquia. Consegue adivinhar quais são?
A empresa” A” é a Peak Games. Fundada ano passado, pelos empreendedores Hakan Bas e Sidar Sahin, já esta entre as top 10 empresas de games no mundo. A empresa “B” é a Apple, fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak (a garagem de Jobs não foi mencionada para revelar a resposta). Essa charada tem uma mensagem muito importante nos dias de hoje. O Vale do Silício sempre foi e será o paraíso do empreendedorismo, onde investidores nascem em árvores e a inovação esta sempre cintilando por todos os lados. Mas o assunto do momento é sobre como manter esse espírito vivo com mudanças econômicas pelas quais o país esta enfrentando.
Enquanto isso, a Peak Games mostra que empreendedorismo agora é global e que é possível que um empreendedor da América Latina ou do Oriente Médio copie, melhore ou lidere uma indústria. Ou seja, mostra que é possível competir com o Vale do Silício.
OBS: Conteúdo adaptado do discurso de Linda Rottenberg, co-fundadora da Endeavor Global, durante o Prime-Ministry Summit que presenciei em Istambul.
* Ludmilla Figueiredo é responsável pela expansão da Endeavor Global, organização mundial sem fins lucrativos, no Oriente Médio. Especialista em empreendedorismo, viajou por diversos países para conhecer o ambiente empreendedor. No Brasil, liderou a Semana Global do Empreendedorismo, vencedora de três prêmios globais - Twitter: @ludfigueiredo
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