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Dia Internacional da Mulher

08/03/2006 -

Parabéns, Mulher! Deus manifesta seu poder de criação através de você!


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PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO



Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na tecelagem, e os patrões e a polícia trancaram as portas e atearam fogo, matando as 129 operárias carbonizadas.

Em 1903, profissionais liberais norte-americanas criaram a Women's Trade Union League. Esta associação tinha como principal objetivo ajudar todas as trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.

Em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova Iorque: reivindicavam o mesmo que as operárias no ano de 1857, bem como o direito de voto. Caminhavam com o slogan "Pão e Rosas", em que o pão simbolizava a estabilidade econômica e as rosas uma melhor qualidade de vida.

Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma em todo o mundo.

O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA

Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que ainda são impostos à mulher.

MARCOS DE UM PERCURSO

1691 - Estados Unidos
As mulheres votam no Estado do Massachussetts. Perdem este direito em 1789.

1788 - França
Condorcet, filósofo e homem político francês, reclama para as mulheres o direito à educação, à participação na vida política e ao acesso ao emprego.

1792 - Reino Unido
Mary Wollstpnecraft, pioneira da ação feminista, publica uma revista das Mulheres.

1840 - Estados Unidos
Lucrécia Mott lança as bases de Equal Rights Association pedindo a igualdade de direitos para as mulheres e para os negros.

1857 - Estados Unidos
No dia 8 de Março, em Nova Iorque, greve das operárias têxteis para obter a igualdade de salários e a redução das horas dc trabalho, para 10 horas por dia. Cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

1859 - Rússia
Aparecimento de um movimento feminino em St. Petesburgo para a emancipação da mulher.

1862 - Suécia
As mulheres votam nas eleições municipais.

1865 - Alemanha
Louise Otto funda a Associação Geral das Mulheres AIemãs.

1866 - Reino Unido
John Stuart MIII, filósofo e economista inglês, reclama o direito de voto para as mulheres.

1868 - Reino Unido
Criação da Sociedade Nacional para o Sufrágio Feminino.

1869 - Estados Unidos
Nascimento da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres. O estado dc Wyoming concede o direito de voto às mulheres para atingir o número de eleitores necessário para entrar na União.

1870 - França e Suécia
As mulheres têm acesso aos estudos médicos.
       - Turquia
Inauguração de urna Escola Normal destinada a formar professoras para as escolas prirnárias e secundárias para raparigas.

1874 - Japão
Abertura da primeira Escola Normal para jovens do sexo feminino.

1878 - Rússia
Abertura da primeira Universidade feminina em St. Petesburgo.

1882 -. Estados Unidos
Susan B. Anthony funda o Conselho Nacional de Mulheres, tendo como patrono Victor Hugo; o célebre escritor era então um dos chefes do Partido Republicano.

1893 - Nova Zelândia
Concedido o direito de voto às mulheres.

1901 - França
O deputado socialista René Viviani, sustenta pela primeira vez um debate sobre o direito de voto das mulheres.

1934 - Brasil
No Brasil, o direito ao voto só é reconhecido na Constituição de 1934. A primeira governadora é eleita 60 anos depois.

De acordo com dados da Fundação Carlos Chagas, no período de 1981 a 1998, o crescimento das mulheres economicamente ativas no país foi de 111%, enquanto que o dos homens foi de 40%. Hoje, a parcela feminina representa 41% da população economicamente ativa, com 30 milhões de mulheres no mercado de trabalho. No setor educacional, a ascensão da mulher revela-se na presença de 57% dentre os estudantes do 2º grau e de ensino superior.

Nas eleições de 2002 se evidenciou a expressão das mulheres: 51% da população e do eleitorado; 40% da população economicamente ativa; 26% dos chefes de família.

Segundo o Ministério da Previdência Social, existem atualmente 9 milhões de donas-de-casa no Brasil. Até mesmo as cerca de 40 milhões de mulheres que ocupam postos no mercado de trabalho, formal ou informal, acabam desempenhando ou gerenciando atividades domésticas. Ou seja, no mundo contemporâneo ainda cabe ao sexo feminino, majoritariamente, a tarefa de cuidar do lar e da família. 

MOVIMENTO FEMINISTA BRASILEIRO LUTA PARA TIRAR CONQUISTAS DO PAPEL

Apesar de existir ininterruptamente há mais de 30 anos, o movimento feminista brasileiro, na opinião da escritora Maria Amélia de Almeida Teles, ainda deve lutar para que as conquistas "saiam do papel". "As diferenças biológicas não podem servir de motivo para o preconceito social. Queremos a igualdade com respeito a elas."

Para Teles, autora do livro "Breve História do Feminismo no Brasil", "a bandeira pela legalização do aborto é antiga". "Em 1994, na conferência do Cairo, as mulheres adquiriram o direito à interrupção de uma gravidez indesejada. A proposta da comissão [Plano Nacional de Políticas para as Mulheres] é desenvolver políticas públicas", disse.

A escritora e militante defende a revisão da legislação punitiva. "Desta forma, o aborto continua sendo realizado, mas em condições precárias, primitivas. É um problema de saúde pública."

O aborto seria apenas uma das muitas conquistas que ainda "não fazem parte do cotidiano das mulheres". "Pesquisas recentes provaram que as mulheres têm salários menores, mesmo estando mais escolarizadas. Este tipo de comportamento é justificado apenas pelo preconceito", afirma.

Em entrevista para a Folha OnLine, afirmou ela que a suposta resistência masculina à tomada de espaço promovida pelo movimento nas últimas décadas é sinal de falta de compreensão. "Aqueles que têm medo ainda não perceberam que, para existir cidadania plena, sua parceira também deve ter. Como pode ser uma parceira pela metade? É muito melhor quando alguém fica com você porque gosta, e não porque é dependente."


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