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Dicas para Administrar o Caixa no dia-a-dia

28/06/2006 -

  1. Faça um levantamento de todos os seus ativos (bens e direitos) sem utilização ou não produtivos: veículos, imóveis, máquinas, equipamentos, estoques. Objetivo: venda, troca, pagamento ou garantia de empréstimos/penhora. Lembre-se de que o preço justo é o que o mercado paga e não o que você deseja.
  2. Caso possua títulos de crédito (duplicatas, cheques pré-datados, por exemplo) não espere seu vencimento: use-os para pagar seus fornecedores. Muitas vezes é este o único dinheiro disponível agora.
  3. No caso de duplicatas:
    A) Se o valor de face for elevado, negocie com o emitente, seu desdobramento em valores menores de forma a serem aceitas em bancos ou empresas de factoring para desconto;
    B) Se você não conseguir descontá-las, use-as para pagamento direto a seus fornecedores. Em muitos casos, para o fornecedor, ‘preferível ter um título de crédito de terceiros na mão do que uma promessa de pagamento futura. Lembre-se de endossar o título antes de entregá-lo ao credor e receber deste, a quitação da dívida (total ou parcial).
  4. Se você está com os limites de cheques especiais tomados e não consegue cobrí-los:
    A) Abra uma conta nova em outro banco, para receber os recursos de terceiros ou depositá-los. Caso contrário, os recursos entrarão nas contas "contaminadas" e servirão apenas para cobrir os juros e valores a descoberto;
    B) Use esta conta como conta normal, não aceitando novo cheque especial;
    C) Procure os bancos em que você está devendo e veja as possibilidades de negociação: lembre-se de ser duro, não se sujeitando às eventuais ameaças que o banco lhe fizer (protesto, execução, SERASA). Os bancos querem receber dinheiro. Costumam aceitar redução de juros, alongamento de prazos, etc. Lembre-se de que com a inflação mensal baixa, tentar negociar sempre sem correção ou use a TJLP como taxa de juros. Quanto aos prazos, existem bancos que dependendo do valor negociado, aceitam prazos de até 48 meses;
    D) Outro cuidado na hora de negociar: muitas vezes, seu contrato de cheque especial é garantido exclusivamente por aval. O banco lhe exigirá garantias reais. Tente renegociar seus débitos sem garantias. Prove que você sempre foi um bom cliente e use isto como vantagem na negociação.
  5. A mesma regra anterior vale para Contratos de Empréstimos diversos (Hot-money, Capital de Giro, etc.), que inclusive poderão ter seu valor reduzido.
  6. Leasing: lembre-se que os mesmos podem ser renegociados. Parcelas em atraso poderão ser renegociadas ou o contrato ter seu prazo alongado. Em alguns casos, dependendo dos juros aplicados ao contrato, vale a pena entregar o bem, tendo em vista que o saldo devedor é muito maior que o valor de mercado do bem.
  7. Cheques pré-datados. Nesta época todos querem fazer dinheiro rápido e o risco de desconto antecipado é muito grande, ainda mais, se considerarmos que os limites de cheques especiais estão tomados.
    A) Se não conseguir cobrir o cheque, tente renegociá-lo. Se possível ligue para seu credor alguns dias antes avisando da insuficiência de fundos.
    B) Com inadimplência alta, evite vendas com cheques pré-datados. Prefira vendas no cartão ou parte à vista (60%) e o restante em trinta dias.
  8. Se precisar atrasar algum pagamento dê preferência às contas públicas, cujos juros são menores do que os cobrados no cheque especial.
  9. Procure seus credores para renegociar suas dívidas. Quanto antes fizer melhor será seu poder de barganha.
  10. Lease-back. Existem bancos que negociam esta operação, onde a empresa simultaneamente vende e arrenda um ativo já depreciado e, portanto, sem resíduo de depreciação para deduzir dos lucros. Com esta operação, a empresa consegue uma folga de caixa, reduz o ativo imobilizado e ainda deduz as prestações do arrendamento como custo operacional no I. R.
  11. Empréstimos Novos. Além dos tradicionais critérios para análise de crédito, o pequeno empresário poderá enfrentar uma visita do banco, onde este avaliará até mesmo a colocação dos funcionários e a disposição das máquinas, procedimento que permite observar se a estrutura produtiva está sendo convenientemente utilizada e sem desperdícios. O faturamento da empresa é comprovado através dos comprovantes de recolhimento de impostos. Segundo os bancos, esta é a melhor forma de saber quanto fatura uma empresa, porque ninguém para imposto a mais. Além disto a consultado ao SERASA (protestos), referências com clientes e fornecedores que se relacionam com a empresa permitem ao banco saber se a empresa está conseguindo receber bem de seus clientes ou se tem tido muitos cheques devolvidos e duplicatas não pagas.
  12. Cobranças através de Cartório. Tanto a cobrança através do Cartório como o posterior protesto, representa uma forma de pressão psicológica e moral bastante forte, que dependendo de cada caso poderá ser negociado. Lembre-se se você não agir de alguma maneira, os trâmites legais poderão ter sérias conseqüências. Assim, fale com seu credor, seja sincero e negocie a retirada da cobrança em cartório, propondo uma alternativa de pagamento. Em último caso, fale ou vá pessoalmente ao Cartório para tentar ganhar mais tempo.
  13. Protestos. A ordem de protesto deverá ocorrer num prazo máximo de 30 dias do vencimento do título. Portanto, negocie com o Cartório e o fornecedor. Caso o título seja protestado, você estará sujeito ao um pedido de falência.

Cesar Ribeiro
(12) 3888-3627
www.cesarribeiro.t5.com.br
consultor@cesarribeiro.t5.com.br


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