Deixe de lado a poesia de ter um negócio próprio. Não é heresia. O mundo é duro. A vida é lucro. Seja sóbrio.
Os concorrentes lutam para que a sua empresa desapareça. E muitos ainda relutam em oferecer algo que o cliente realmente mereça.
Se tirar o romantismo do empreendedorismo, entenderá que empreendedor é empreender a dor. A dor das limitações de recursos e das dúvidas dos percursos. Principalmente, a dor do consumidor.
Dor é o que une quem empreende e quem consome. Se o seu remédio não surpreende, sua empresa, literalmente, some.
Por isso, para continuar viva e crescer, a empresa depende de boas combinações. E a primeira é o empreendedor perceber que ele próprio precisa combinar com suas ações.
Há diferentes perfis de pessoas, e diante de uma mesma situação, as reações podem ser ruins ou boas. Você é extrovertido ou introvertido? Sensorial ou intuitivo? Racionalista ou sentimental? Julgador ou perceptivo?
Se descobrir os traços da sua personalidade, tenha certeza que empreenderá com mais facilidade.
É claro que é mais fácil ser o que você é. Mas como ser o que você não é? Entra em cena o sócio que complementa o que falta para o negócio. Sócios devem ser verdadeiros parceiros. Assim, exclua todos os que são meros passageiros.
Mas de nada adianta um bom time se a jogada não for combinada. O que a empresa quer ser? Se estiver ciente da eliminação das dores do cliente, perceberá que o caminho é mais importante do que chegada. E daí, mais relevante é saber como ser.
Não rima, mas a estratégia deve combinar com meta, indicador e objetivo. Sai o empreendedor e entra o gestor. E, quando falamos em gestão, sai o empreendedor e entra o executivo. Cabe a ele gerir a dor. A dor das limitações de recursos e das dúvidas dos percursos. Principalmente, a dor do consumidor.
O mundo é duro e pode ser pior. Por isso, é preciso ser duro mas sem perder a ternura por um mundo melhor.
* Marcelo Nakagawa - Tenho atuado como pesquisador, professor, consultor, investidor, voluntário, colunista de temas associados ao empreendedorismo e inovação. Tento ajudar, dentro das minhas possibilidades e capacidades, a desenvolver empreendedores inovadores no Brasil.
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