Por Luiz Paulo Costa
Jornalista e ex-vereador em São José dos Campos
(O VALE, 26/11/14, pág. 02)
Finalmente surge a ideia capaz de compatibilizar os interesses para a implantação da filial do WTC (World Trade Center) em São José dos Campos. O empresário Cléber Córdoba, presidente do Conselho Deliberativo da Associação das Construtoras do Vale do Paraíba (Aconvap), pela oportunidade da reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU) para tratar desta questão, sugeriu que “a região do Parque Tecnológico seria o melhor local para esse empreendimento que, sem dúvida, é importante para a cidade”.
Aliás, por iniciativa do próprio prefeito Carlinhos Almeida (PT), recente alteração do zoneamento urbano já transformou uma área de 3,2 milhões de metros quadrados, dentro do perímetro de 25 milhões de metros quadrados da Zona Especial do Parque Tecnológico “Engº Riugi Kojima”, para ZQA (Zona de Qualificação). Como agora propõe para a área de 588 mil metros quadrados classificada como Zona Urbana Controlada do Jardim Aquarius em que é permitido apenas edificações de dois pavimentos e atividade comercial de baixo impacto. A Zona de Qualificação poderá atender os objetivos do WTC, mediante a elaboração de Plano Diretor de Ocupação Específica.
As áreas do perímetro do parque tecnológico e de seu entorno para expansão urbana possuem melhor situação e são mais atrativas do que a polêmica área do Jardim Aquarius. A filial do WTC não apenas terá acesso para a Via Dutra e bem mais próximo do Aeroporto Internacional Prof. Urbano Ernesto Stumpf, como também com as Rodovias Carvalho Pinto e dos Tamoios.
Portanto, dirimidas as dúvidas de vereadores, técnicos e demais interessados sobre o empreendimento poder-se-ia partir para uma PPP (Parceria Público-Privado) e, como previsto pelo “Master Plan” do Parque Tecnológico “Engº Riugi Kojima”, construir a Tecnópolis (cidade tecnológica). A proposta para sua implantação recomenda a criação de um fundo de investimento imobiliário do qual poderiam participar o WTC e as construtoras. Os seus ativos (terrenos em áreas consolidadas) poderiam ser objeto de operações urbanas previstas pelo Estatuto da Cidade. A prefeitura usaria essas áreas para melhorar a qualidade de vida e evitar as megaconcentrações urbanas que têm levado a situações desastrosas.
Quando da formulação do Plano Urbanístico Básico do Parque Tecnológico “Engº Riugi Kojima”, estimou-se que uma população de cem mil pessoas, até 2020, estaria vinculada direta ou indiretamente às suas atividades de ensino, pesquisa e inovação. E é bem provável que, em 2030, esta população já atinja 200 mil habitantes. Daí a necessidade do empreendimento urbano Tecnópolis, a cidade tecnológica.
“Os parques tecnológicos em todo o mundo, como definiu a equipe técnica da Secretaria de Planejamento Urbano da prefeitura, têm por premissas a coexistência harmônica de empresas, centros de pesquisa, instituições de ensino, serviços de apoio tais como hotéis, centros comerciais, serviços bancários, restaurantes e áreas residenciais em um único espaço urbano de forma a permitir o desenvolvimento simultâneo resultante da integração dos diversos públicos (estudantes, pesquisadores, professores, empreendedores, trabalhadores e familiares).”
Neste contexto urbano, o World Trade Center será muito bem-vindo à nossa São José dos Campos.
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