"Todo espaço é público. Do ponto de vista da arquitetura como forma de conhecimento, não existe a idéia de espaço que não seja público"
(arquiteto Paulo M. da Rocha)
Se todos os espaços são públicos...Deveríamos, como cidadãos, preservar e nos sensibilizar com nossas edificações de uso comum como: bibliotecas, museus, teatros, escolas e finalmente preservar nosso patrimônio histórico!
Contudo, o Brasil é um país jovem que, infelizmente, ainda pouco se incomoda com o cuidado dessas edificações e, conseqüentemente, fica insensível com seu patrimônio... Percebemos todo tipo de vandalismo, descaso e abandono nessas edificações!
Acredito que entre pais e filhos, assim como os "mestres" de maneira geral nas escolas, poderiam incluir aulas e debates sobre patrimônio histórico.
Seria como apresentar à população esse tema: Restauração e Patrimônio.
Antes de ser um narcisismo, a contemplação de antigas edificações não deixa de ser referência da nossa cultura e história. São nossas antigas folhas do livro da vida, pelo menos no sentido de que representam determinado período histórico (feliz ou não), haja vista, nos prédios os materiais utilizados na construção, os projetos de jardins inspirados em outros países e a visualização do estilo arquitetônico de época.
Assim como aulas de educação sexual foram recentemente inseridas nas escolas, informações sobre o cuidado com construções públicas e patrimônio são urgentes! A globalização nos exige muito mais do que rápidos computadores, mas sim rápida e urgente mudança de comportamento! Se rever é fundamental, deve-se mudar o olhar para crescer!
Como todo novo conhecimento causa crítica, é importante para esse processo de formação esclarecimento sobre restauro, conservação e manutenção de um bem tombado pelo patrimônio!
É indiscutível o valor patrimonial do Complexo Arquitetônico Vicentina Aranha, hoje um exemplo de abandono e beleza atrás de muros que não são nem da época da construção e -- para piorar -- enfeiam tudo a sua volta. O Comphac (Conselho Do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural) faz o possível para impedir o pior!
A população merece fazer uso daquele complexo e se responsabilizar, sim, em preservar um inestimável patrimônio -- o maior que temos!
Ainda em São José dos Campos, não temos nosso próprio cinema, nosso bom teatro, nosso museu, nosso zoológico, nosso centro de convenções e etc. Falta cultura e lazer!
E, um complexo do porte do Vicentina Aranha fechado?!
Termino com outra inteligente frase do arquiteto Paulo M. da Rocha: "O tolo não possui critérios de beleza. Ele só compra se disser que é bom, com o privilégio da propaganda."
* Analu Andrade é arquiteta, designer de interiores
e professora do Senac em São José dos Campos.
Telefone (12) 9713-2773.
Site: www.netdata.com.br/analucia
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