A necessidade de maior competitividade e melhores resultados levam as organizações a buscarem profissionais mais que eficientes. Líderes. E, com um detalhe: eficazes. Não bastará simplesmente atingir metas sem comprometer o clima da empresa. É preciso, também, reter os talentos.
Esse alerta é muito importante, principalmente, para aqueles gestores que ainda lideram na base do “comando e controle” e, em muitos casos, são explosivos na forma de agir. Líderes que gritam com os profissionais, provavelmente ficarão fora do mercado. Métodos semelhantes e usados num passado nem tão distante não levam mais a resultados satisfatórios hoje. Trata-se de uma forma de liderar já ultrapassada e que não surte mais os efeitos desejados.
A liderança autoritária pode até funcionar com pessoas receosas de perder o emprego e em casos, cujos membros da equipe não têm alternativas devido ao pouco desenvolvimento profissional. Em algumas situações, esse modo de liderar até funciona. Contudo, quem exerce suas atividades após ter sido mandada, geralmente, não tem maior produtividade e criatividade. Esse tipo de líder até pode, ainda, conseguir bons resultados imediatos, porém, a médio e longo prazo, tal intimidação levará os liderados a buscarem outros empregos.
Se pensarmos nas funções para as quais faltam profissionais qualificados, o cenário é ainda pior. Imagine, por exemplo, um líder cuidando de uma equipe na área de tecnologia da informação, uma equipe de desenvolvimento de softwares, cuja grande maioria dos profissionais é formada por jovens. Como manter uma produção em alta com gritos? É praticamente impossível. Na primeira oportunidade, irão procurar outras empresas.
Os jovens querem participar, se sentir úteis e responsáveis. Não estão acostumados a serem “mandados”. Querem entender o que deve ser feito e, não simplesmente, fazer porque alguém determina. Não estão habituados a gritos, até porque, a maioria tem pais que conversam e explicam sem, simplesmente, os obrigarem a fazer coisa alguma. Esses são alguns motivos que levam os jovens a entrarem no mercado de trabalho e não querer trabalhar com líderes autoritários do tipo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
A dúvida então é como esses líderes, que até então deram certo, sobreviverão no mercado? Que grita quando alguém erra, fazendo com que o liderado se sinta constrangido? Às vezes, essas atitudes estão tão enraizadas que agem automaticamente e esse tipo de tratamento reduz a motivação.
Uma máxima da liderança diz que se deve “elogiar em público e criticar em particular”. Como alguém pode querer obter melhores resultados com uma equipe desmotivada? O profissional a quem se deve obedecer sem questionar está cada vez mais fora de sintonia com o mercado. É preciso compreender o porquê para querer melhorar.
É momento de perceber que é preciso tratar a equipe como clientes. A agressividade deve ser canalizada para o bem. Podemos ser firmes nas decisões sem grosserias, o que certamente levará a melhores resultados.
Sônia Jordão,
autora do livro "E agora, Venceslau!"
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