A saúde de um relacionamento e o sucesso de comunicação interpessoal depende em grande parte da nossa capacidade e habilidade de buscar e receber feedback, como também de nos auto-expor e de nos afirmar, dando feedback.
O bom relacionamento interpessoal está intimamente associado a uma boa comunicação interpessoal e vice-versa.
Sem feedback não há comunicação. Se não houver feedback, não compreenderemos os outros nem seremos compreendidos pelos outros.
Precisamos saber como as pessoas estão nos percebendo e precisamos fazer com que as pessoas saibam como nós as percebemos. Precisamos, portanto, desenvolver a nossa predisposição e habilidade de buscar e receber feedback corretamente, como também saber dar corretamente o feedback aos outros. Corretamente significando, aqui, ter a atitude correta, palavras corretas, ação correta, proporção correta, momento correto.
A comunicação entre as pessoas é um processo complexo e imprevisível. Nem sempre conseguimos transmitir o que queremos. E nem sempre conseguimos ler corretamente o que a outra pessoa está querendo nos passar, seja através das suas manifestações verbais (palavras), seja através das suas manifestações não verbais (linguagem corporal - gestos, sorrisos -, tom de voz, comportamento e ações).
Para melhorar a nossa comunicação e o nosso relacionamento interpessoal, isto é, para podermos compreender melhor os outros e as suas mensagens e ser melhor compreendidos pelos outros, devemos sempre pedir feedback e dar feedback.
Pedir e Receber Feedback é buscar e receber informação do seu interlocutor sobre o que ele compreendeu e achou das mensagens verbais e não verbais que você passou a ele, e/ou das ações que você realizou.
Ao pedir o feedback queremos saber como as nossas ações, comportamento ou palavras estão sendo recebidas, quais reações elas está tendo por parte dos outros, e como elas estão afetando os outros. Ao pedir o feedback, estamos querendo nos ver com os olhos dos outros, isto é, estamos querendo entender como os outro nos enxergam.
Dar feedback (ou auto-exposição) é fornecer informação para o seu interlocutor sobre o que você compreendeu e achou das mensagens verbais e não verbais que ele passou a você, e/ou das ações que ele realizou.
Ao dar feedback aos outros, estamos nos auto-expondo e revelando nossos próprios pensamentos, percepções e sentimentos de como o comportamento e as ações dos outros estão nos afetando.
A utilização desses dois processos (solicitar feedback e dar feedback), de forma equilibrada e ampla, propicia o desenvolvimento individual e propicia o desenvolvimento de competência interpessoal. Quando um dos processos, - seja solicitar feedback ou dar feedback - é preferido em detrimento do outro, isto traz um estado de desequilíbrio que se manifesta por tensões, hostilidades e ressentimentos, prejudiciais ao relacionamento e ao desempenho.
O entendimento e respeito mútuo somente é conseguido quando nós conseguimos enxergar a nós próprios através dos olhos dos outros e quando conseguimos enxergar o(s) outro(s) através dos olhos dele(s).
Quando buscamos e recebemos feedback dos outros, começamos a ver como as pessoas nos enxergam; vemos comportamentos ou características nossas que outros vêem em nós e que nós não conseguimos ver ou não admitimos para nós mesmos. Com isso o nosso “Eu Cego” se revela para nós.
Quando nós nos expomos e nos afirmamos honestamente para os outros, nós revelamos características ou valores nossos que muitas vezes não expomos ou não são tão evidentes para os outros. Com isso, o nosso “Eu Menos Revelado” se expõem e se auto-afirma para os outros.
O que busca o processo de feedback
O processo de feedback busca corrigir erros, interpretações errôneas e desvios de direção da nossa parte e/ou a dos outros.
Através do feedback nós nos asseguramos de que estamos sendo compreendidos pelo(s) outro(s) e estamos compreendendo o(s) outro(s).
Com o uso contínuo de feedback, estamos assegurando a nossa adaptação e ajuste ao meio-ambiente e às pessoas com as quais interagimos.
O feedback pode tomar uma ou mais das seguintes formas:
- confirmação da mensagem recebida ou da ação realizada;
- correção da mensagem originalmente recebida ou correção da ação realizada;
- adição de informações faltantes na mensagem originalmente recebida;
- manifestação de opinião (inferências e julgamento) sobre a mensagem recebida, e/ou comportamento percebido, e/ou ação realizada.
O nosso relacionamento e a nossa comunicação melhoram na proporção em que melhora a nossa predisposição, capacidade e habilidade de buscar e receber corretamente o feedback, e nos auto-expor e nos afirmar dando corretamente o feedback.
Dar e receber feedback é uma das maiores dificuldades que enfrentamos, mas é a que nos oferece maior oportunidade para crescimento, seja como recebedores de feedback, seja como fornecedores de feedback.
Para superar as dificuldades de receber e dar feedback precisamos praticar o seguinte:
- estabelecer uma relação de confiança recíproca entre nós e os nossos interlocutores;
- reconhecer que o feedback é um processo de exame conjunto;
- aprender a ouvir e a receber o feedback sem reações emocionais defensivas intensas;
- aprender a dar feedback de forma habilidosa, amistosa e compassiva, sem agressividade, e sem desgaste emocional.
Alguns Pontos a Serem Lembrados quando estiver Solicitando e/ou Recebendo Feedback
- Antes de solicitar feedback, tenha certeza de que você está receptivo a ouvir informação que poderá alterar sua percepção.
- Solicite o tipo de feedback que você deseja. Ponha-se aberto e esteja pronto para recebê-lo.
- Esteja pronto e desejoso de fazer mudanças no seu comportamento.
- Peça feedback quando você estiver menos defensivo, e peça-os a pessoas em quem você confia na sua franqueza.
- Quando receber feedback, evite reações defensivas.
- Esteja consciente de que a pessoa que está dando feedback a você está descrevendo a percepção dela em relação a uma situação, mas compreenda que os sentimentos dela são reais.
- Verifique seu entendimento do feedback: faça perguntas, peça exemplos e partilhe sua reação, sem estar defensivo, sem raiva e mágoa.
- Clarifique questões, explique suas ações, e corrija percepções erradas que as pessoas possam estar tendo a seu respeito.
- Questione quem dá o feedback a respeito de detalhes, explicações, motivação, etc.
- Verifique e aprofunde o feedback que você não entende, não concorda ou não confia.
- Sinta-se livre para rejeitar feedback que seja doloroso, inútil ou não solicitado.
Alguns Pontos a Serem Lembrados quando estiver Dando Feedback
- Antes de dar feedback, examine sua motivação e esteja seguro de que o receptor está preparado e aberto para ouvi-lo.
- Quando der feedback, faça-o com a intenção de ajudar.
- Faça útil a informação.
- Quando você estiver dando feedback, faça afirmações usando “eu”, em vez de “você”, a fim de indicar que as afirmações representam suas percepções, pensamentos e sentimentos.
- Descreva o comportamento da pessoa e a percepção que você tem dele.
- Descreva comportamentos sem julgamento.
- Pontos fortes e fracos estão incluídos (Não destaque apenas os pontos fracos).
- Seja preciso e específico.
- Diga porquê. Explique as razões de suas opiniões.
- A ocasião é importante, o efeito diminui com o tempo.
- O objetivo é auxiliar quem o recebe; seja sensível a como está sendo recebido.
- Depois de dar o feedback, dê ao receptor tempo para responder.
- Se for o caso, peça à pessoa a quem você está dando feedback para clarificar, explicar, modificar ou corrigir.
- Lembre-se que o feedback é melhor recebido quando solicitado.
- Ao dar feedback, devemos ser: (1) autênticos, isto é, sem máscaras nem falsidades, apresentando abertamente nossos sentimentos; (2) empáticos, isto é, vivenciando e percebendo o mundo interior do nosso interlocutor; e (3) respeitosos, isto é, tendo respeito e demonstrando consideração pela pessoa.
- Numa sessão de feedback, os membros processam as informações sem defensividade, num clima aberto, de apoio mútuo e com abordagem de resolução de problemas.
- O processo de feedback deve ser visto como uma oportunidade para promover e melhorar a compreensão e entendimento mútuos; é portanto um diálogo e não um monólogo.
Por Timing Consultoria de Gestão e Coaching
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