Já vi pessoas felizes e infelizes no trabalho. Já vi pessoas felizes que ganham pouco e pessoas infelizes ganhando um bom salário. Eu mesmo já vivi momentos infelizes no trabalho ganhando bom salário. Era um “garotão” na época vindo de uma família de poucos recursos financeiros. O dinheiro significava ter acesso aos sonhos de consumo.
Mesmo assim não me sentia feliz. Segunda-feira de manhã era muito dolorido ter que acordar e sair para o trabalho. O caminho de ônibus até a empresa parecia o corredor da morte. Por que o trabalho que me permitia ter acesso a coisas antes impossíveis não me entusiasmava, não me deixava feliz?
Pensava: “não gosto do trabalho, do chefe, nem da empresa”. Mas eu não tinha nenhuma razão para não gostar. Ele me proporcionava independência financeira. Não tinha o que reclamar: tinha bom ambiente, pagava em dia.
O trabalho significava dinheiro. Era a forma de ganhá-lo. Por isso, me esforçava para ser competente porque isso significava melhor salário. Assim era algo incompreensível não me sentir feliz com o que justamente me proporcionava uma boa renda.
O atrito interior e a falta de entusiasmo, refletiram no corpo e passei a ter problemas de saúde. Somando problema físico com falta de dedicação e alegria com o trabalho, acabei perdendo o emprego. Incrível, mas a sensação que tive com a notícia foi: “que bom, ótimo”. Deveria ficar triste, chateado. Mas, foi como se livrar de um peso, uma chateação.
Mais tarde o trabalho continuou sendo a fonte de recursos financeiros para sustentar a minha família com conforto. Assim teria sido por muito tempo, talvez por uma vida inteira, até ler o livro “A Verdade da Vida”, do Prof. Massaharu Taniguchi, e abrir os olhos da espiritualidade: “Trabalho é a ação que beneficia o próximo”.
Conceituar corretamente, ter a visão correta da vida, ter o conceito claro do trabalho faz toda a diferença. É o autoconhecimento que faz o homem ser feliz com o trabalho, com a empresa, com o chefe, com os colegas. É de dentro de si que deve brotar a alegria, a felicidade, o entusiasmo.
Prof. Taniguchi afirma: “O ser humano possui cinco desejos fundamentais: ser reconhecido, amado, elogiado, livre e útil. Quando esses desejos são satisfeitos, o homem encontra a razão de viver”. O trabalho é o meio para satisfazer os cinco desejos fundamentais. O trabalho é a sua identidade profissional, o seu valor pessoal.
Para que o trabalho signifique satisfação, cada um precisa reconhecer o significado e o valor dele. Reconhecer é conhecer duas vezes. Uma coisa é aquisição do conhecimento e outra é incorporá-lo. É o que os religiosos chamam de fé. Fé é mais do que conhecer, é a aceitação incondicional.
No livro “Maslow no Gerenciamento”, o Prof. Abraham H. Maslow afirma: “As únicas pessoas felizes que conheço são as pessoas que estão trabalhando direito em algo que consideram importante. Todos os seres humanos preferem trabalho com significado a trabalho sem significado”.
Cada pessoa deve encontrar o seu “significado do trabalho”. Para isso é necessário ter a definição correta do trabalho dentro de si. Se a definição for apenas “dinheiro” não é uma definição correta. Não é importante o suficiente para se sentir feliz, ter o entusiasmo necessário para ser bem sucedido.
Quando reconhecemos o verdadeiro valor e significado do trabalho, sentimos que estamos fazendo algo útil, livre do dever e necessidade de ganhar dinheiro. O autorreconhecimento vem naturalmente. Acaba com a preguiça ao acordar de manhã. Entusiasmo e dedicação ao trabalho vem naturalmente. O sucesso também
Orlando Norio Oda
Administrador de empresas, PUC-SP, Mestrado em Administração Financeira - FGV, Diretor da OTK Sistemas - Empresa desenvolvedora de Softwares de Gestão Empresarial, AfixCode Patrimônio e Avaliações, serviços de consultoria, controle e avaliações patrimoniais, AfixGraf Soluções Gráficas, confecção de placas patrimoniais, identificação e sinalizações.
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