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Colunistas: Raúl Candeloro

Controle o alimento do seu cérebro

Existe uma grande diferença na nossa reação frente a notícias, dependendo de como elas são apresentadas.

Por exemplo, podemos dizer: “90% dos brasileiros dirige bem” ou “10% dos brasileiros são barbeiros”. A informação é a mesma, mas adivinha qual das duas viraria manchete em um jornal, revista, TV ou rádio brasileira?
Anos atrás, meu pai me presenteou com um livro chamado: “Como Mentir com Estatísticas”. O livro foi escrito em 1950 por um professor universitário cansado de ver as estatísticas serem maltratadas na mídia por jornalistas ignorantes ou tendenciosos. Pegue, por exemplo, esta chamada de matéria publicada no site Invertia (do Terra): “Desemprego brasileiro é o maior em 11 meses”. Quando li essa chamada, achei tão esquisita que fui verificar o conteúdo completo da matéria. Minha percepção do momento brasileiro é completamente diferente, por isso fui investigar. Transcrevo aqui alguns trechos mais importantes:

“A taxa de desemprego apresentou alta de 10,4% em março, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o terceiro mês de alta consecutivo e o maior índice, desde abril de 2005. Com isso, o desemprego brasileiro, em março, é o maior em 11 meses. A taxa também acelerou em relação ao mês anterior, que teve alta de 10,1%. No mesmo período, a renda do trabalhador subiu 0,5%. Apesar da alta, a taxa de desemprego é a menor para meses de março, desde 2002, quando o IBGE iniciou a medição. O número de pessoas desocupadas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi estimado em 2,314 milhões, enquanto a população ocupada ficou em 19,9 milhões. Já a renda do trabalhador teve alta de 2,5%, na comparação com março de 2005, subindo de R$ 1.001,43, em fevereiro, para R$ 1.006,80, em março. O poder de compra do trabalhador apresentou alta em três das regiões pesquisadas: Recife (6,1%), Salvador (1,5%), Belo Horizonte (1%) e Rio de Janeiro (0,5%). Em São Paulo e Porto Alegre, foi verificada estabilidade.”

Vamos lá. Primeiro: qualquer um sabe que o emprego tem sazonalidade. Aliás, não precisa entender de economia, porque está escrito bem ali: mesmo com a alta, é o índice mais baixo já registrado em março, desde que se começou a medir. Ou seja, ele está melhorando, não piorando. Tanto que o jornalista que fez a matéria teve de usar “maior em 11 meses”, não “12 meses” – ele(a) não pode falar 12 meses porque estaria mentindo. Além do desemprego estar diminuindo, a renda está aumentando. O que significa que o poder de compra está aumentando também – mais emprego e mais renda só podem resultar em maior poder de compra. A chamada podia ser: “Emprego em março é recorde”. O que é publicado? “Desemprego é o maior em 11 meses.” (Eu sei que muitos vão me escrever falando mal do Lula, e que na sua cidade, região, mercado, empresa está muito ruim, etc. Sinto avisá-los: por mais que as pessoas gritem e esbravejem, a incompetência – palavra dura, eu sei – provavelmente provoca muito mais desemprego e falências do que todos os outros fatores combinados no Brasil).
Os números provocam efeitos estranhos no ser humano. Somos fascinados por eles, e já está comprovado que dizer “100% de garantia” é mais forte do que dizer “Garantia total”. Psicologicamente, R$ 10 é mais barato do R$ 10,00 e do que dez reais. Mas se realmente quiser ser percebido como mais barato, use R$ 9,99. Não é o centavo que faz a diferença – é nossa percepção dos números. Por isso, temos de ter muito cuidado quando vemos artigos como esses, pois nossa percepção do mundo começa a mudar se achamos que as coisas vão mal ou vão bem.
Eu já resolvi: faz anos que não vejo TV nem leio jornal. Economizo um tempo precioso, que posso investir em coisas muito mais úteis. Sempre que um vendedor ou vendedora me pergunta como pode melhorar seus resultados, respondo: “Desligue a TV, jogue seu jornal no lixo e vá ler um bom livro ou passear sozinho no parque (sozinho se pensa melhor)”. Recomendo a você também a mesma coisa.

Garanto a você que há gente honesta e trabalhadora ganhando dinheiro no Brasil agora mesmo – garanta seu lugar nesse time.

Contatos através do e-mail: raul@vendamais.com.br
Site: www.vendamais.com.br

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