Elisete Martins Miranda

A demarcação da casa no terreno

Para locar a casa no terreno, primeiramente ele deverá estar limpo e já executado a terraplanagem. Este processo deverá ser feito antes da instalação do canteiro de obras. Primeiramente o arquiteto ou engenheiro, reconhecerá o seu terreno através um mapa de situação da prefeitura localizando os piquetes. Depois o terreno será limpo por uma máquina de terraplanagem. Esta máquina não deverá retirar os piquetes e deverá manter um metro e meio de distância de casas vizinhas, caso haja.

Para demarcar sua casa, devemos conversar com o mestre de obras ou sugerir um topógrafo quando houver necessidade. Isto acontece quando o terreno é irregular, com piquetes perdidos ou em grande desnível ou quando a casa é toda em ângulo.

O mestre de obras ou topógrafo fará um gabarito com as medidas da futura casa. O gabarito deverá estar sempre “no esquadro“ ou seja, possuir os ângulos corretos, caso isso não ocorra a casa ficará deformada, gerando problemas no piso, no telhado e tornando a paredes angulosas. Para retirar deformações de paredes, usa-se argamassa, para retirar problemas de telhado, usa-se alterar o nível do oitão, e retirar problemas de piso, usa-se assentá-los na diagonal

As Fundações

Após a demarcação, o construtor começará a escavar o terreno seguindo o alinhamento do gabarito. Tanto gabarito, a posição e profundidade das brocas (partes que vão abaixo do solo) são definidos previamente pelo seu arquiteto ou engenheiro, assim também como a ferragem e o tipo de concreto que será usado.

Na escavação, o solo é um elemento importante, é ele que suporta o peso da casa, por isso, ele será trabalhado de acordo com sua resistência e do porte da casa que ele irá sustentar. Para casas de grande porte, usa-se fazer uma sondagem do terreno, seguido de uma análise de solo através de uma firma especializada. Mas, devido ao valor deste trabalho, a construção das casas de pequeno e médio porte, não passa por este processo.

Então o solo é trabalhado da seguinte maneira: Solos duros, em locais elevados, escavam-se brocas manualmente ou através de uma perfuratriz. A profundidade varia com a análise prévia de seu arquiteto ou engenheiro que procura conhecer o terreno primeiro antes de orientar seu construtor.

Solos pantanosos e próximos de rios ou riachos, possuindo turfa ou argila, usa-se escavar até encontrar areia. Inevitavelmente, dentro desta broca, iremos encontrar água, que deverá ser retirada, manualmente ou através de bomba. Quando temos este tipo de solo com água, as brocas não deverão ser unidas, porque a bomba não conseguirá retirar toda a água.

Para solos arenosos, utilizamos radier sobre sapatas. E quanto ao porte das casas, o arquiteto ou engenheiro poderá indicar estacas pré fabricadas, colocadas no solo através de um bate estacas para casas de grande porte ou para terrenos pouco resistentes. Tenha sempre paciência com a etapa das fundações de sua obra, pois é um gasto que se justifica pela sua importância, converse com seu arquiteto ou engenheiro, para que os passos sejam integralmente seguidos.

Enquanto uma equipe escava o solo, outra equipe, terceirizada ou não, estará dobrando e montando a ferragem que será usada. Além da ferragem das brocas (para as casas de pequeno e médio porte) que costumam ser de 15x15 centímetros, há também as ferragens das sapatas que costumam ser de 50x50x30 cm. Tudo será ligado pela ferragem do baldrame a qual se sustentará sobre sapatas e brocas. A ferragem será definida pelo seu arquiteto ou engenheiro, os ferros usam ser de 3/8 de polegada e ½ polegada. Consulte seu arquiteto ou engenheiro para saber sobre traços de concreto, pois as medidas podem mudar conforme a necessidade da obra.

Para se concretar o baldrame:

Para terrenos pantanosos, cada broca deverá ser concretada separadamente e as sapatas junto ao baldrame concretadas depois. Para terrenos mais estáveis, todas as brocas e o baldrame e poderão ser concretados de uma só vez.

Sob o baldrame (antes de colocar a ferragem), usa-se colocar uma camada cimento magro ou espaçadores, este processo é utilizado para que o ferro não entre em contato com o solo, que com o passar dos anos, pode enferrujar estendendo-se para outras partes da estrutura da casa.

Após concretado a fundação, ela deverá receber massa com VEDACIT e três demãos de NEUTROL para que a umidade do solo não suba por capilaridade pelo baldrame e venha umedecer as paredes, causando aquelas famosas bolinhas no reboco, que ficam na área próximo ao rodapé. Se elas já existem, retire a argamassa afetada e reboque com uma argamassa com VEDACIT ou produto similar.

Em terrenos com desnível, há baldrames que se originam de muros de arrimo. Os muros de arrimo, deverão possuir em média uma broca a cada um metro e meio seguido de colunas. As cintas também obedecerão à distância máxima de um metro e meio. Muitos substituem as cintas de concreto e ferro por canaletas de concreto, mas, este procedimento enfraquece a estrutura do muro de arrimo. Todo o muro de arrimo deverá ser projetado e acompanhado por um arquiteto ou engenheiro e o seu projeto deverá sempre ser acatado.

Os muros de arrimo também deverão ser protegidos por argamassa com VEDACIT e receber três demãos de NEUTROL, antes de receber o aterro. Deve-se também, observar que todos os espaços vazios, no concreto (buracos), deverão ser preenchidos com massa de areia e cimento. Outra alternativa, quando os muros de arrimo passam de um metro e oitenta, em média, é melhor não construí-lo e sim concretar uma laje de piso sobre o baldrame. É mais seguro e também prático e econômico. A laje pode ser usada tanto dentro de casa como também no quintal, quando os vãos forem grandes. A resistência da laje poderá ser calculada pela empresa fornecedora. Tudo sobre orientação de um engenheiro ou arquiteto.

Contatos através do e-mail: eliarquit@itelefonica.com.br
Clique aqui para conhecer um pouco de seu trabalho.

Voltar


Categorias mais buscadas:	ver todas as categorias