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Como gerir uma organização generosa?

Se as corporações com fins lucrativos precisam ser bem geridas, e obviamente gerar resultados, por que a sociedade não exige o mesmo quando se trata de avaliar as entidades filantrópicas ou caritativas?

Em muitos anos de atividade, percebo que nem sempre as organizações do chamado “terceiro setor” aplicam os métodos de gestão consagrados nas empresas convencionais. Como consequência, desperdiçam investimentos e muitas vezes não atingem os objetivos desejados.

Ora, se desejamos um mundo mais equilibrado, sustentável e fraterno, não seria o momento de quebrar alguns paradigmas e profissionalizar a gestão desses empreendimentos generosos?

O famoso ativista de causas humanitárias Dan Pallotta aposta nessa mudança de visão e atitude. E ele sabe do que fala, pois tem promovido espetaculares eventos caritativos nos EUA, auxiliando as lutas contra o câncer de mama, contra a AIDS e contra os males psicológicos que conduzem ao suicídio.

Em nove anos de atividade, ele engajou 182 mil pessoas em suas ações e conseguiu angariar nada menos que US$ 582 milhões!

Esses cases de sucesso se converteram em tema de estudo da Harvard Business School e geraram diversos artigos analíticos publicados na Harvard Business Review.

Segundo ele, as organizações caritativas obteriam melhores resultados se agregassem a seus processos de gestão uma tomada de riscos, incentivos financeiros e recursos do marketing.

Ele avalia que a sociedade cultiva uma visão antiquada da administração dessas entidades, o que impediria, por exemplo, a redução no número de pobres, inclusive nos Estados Unidos. Ali, há 40 anos, mantém-se em 12% essa parcela da população.

Segundo Pallotta, as pessoas costumam ficar escandalizadas quando parte dos recursos doados são utilizados em marketing e propaganda. Para o ativista, a sociedade, de modo geral, exige equivocadamente que esses valores sejam destinados imediata e diretamente aos necessitados.

Em suas atividades, ele mostra que nem sempre essa é a melhor receita. Uma boa campanha publicitária, por exemplo: mobilizar mais pessoas para a causa e multiplicar tremendamente as doações.

Pallotta lembra ainda que as pessoas são tremendamente preconceituosas em relação àqueles gestores que se mostram capazes de ganhar dinheiro enquanto ajudam os outros.

Ele observa, com razão, que ninguém se importa se um empreendedor acumula US$ 50 milhões vendendo videogames que envolvem brigas de rua e depredações, mas que todos olharão de forma atravessada para um profissional que lucrar 1% desse valor livrando milhares de crianças da malária.

Em meu primeiro livro, Reinventando Você, produzi um capítulo inteiro sobre as oportunidades e desafios oferecidos pelo Terceiro Setor. Mostro ali que esse é o caminho da realização para muitos profissionais do presente e do futuro.

Se os negócios convencionais resolvem mais de 90% dos problemas sociais e econômicos, gerando empregos, bens, acessos e riquezas. É também verdade que uma parte da coletividade sempre necessitará de um suporte especial.

Logicamente, o amor é uma maravilhosa fonte de energia e inspiração para quem lida com os desfavorecidos, com os doentes e com as vítimas das tragédias naturais.

No entanto, convém que esse labor seja acompanhado de responsabilidade, competência técnica e profissionalismo. Também é fundamental que, no caso das desigualdades econômicas, as organizações contribuam entregando o peixe que mata a fome, mas também ensinando a pescar.

Pensemos todos nisso. Afinal, a teoria, na prática, funciona.


Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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