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Como gerir a carreira na limitação?

Em minhas palestras, costumo oferecer ao público alguns exemplos de gestão de superação, especialmente no campo das carreiras. Em várias ocasiões, mostrei em vídeo os esforços de um artista e empresário que se utilizava da boca e dos pés para realizar suas atividades.

O objetivo nunca foi espetacularizar a experiência educativa, mas valorizar o empenho daqueles que vencem limitações e alertar aqueles que, mesmo gozando de plena saúde, preferem dar foco às suas vulnerabilidades e não em suas potencialidades.

Aqui e ali, especialmente nos países latinos, vigora ainda uma cultura de lamentações. Há quem se viciou em reclamar dos clientes ou dos fornecedores ou do governo ou dos colaboradores ou do patrão. Há quem reclame de tudo, mesmo em momentos de prosperidade.

Muitas vezes, essa é uma maneira de justificar preventivamente o não cumprimento de metas e o fracasso.

Inevitavelmente, quem empreende, administra e trabalha vai encontrar entraves. Se não fosse assim, não seria necessário gerir, ou seja, não seria preciso planejar, constituir estratégias e abrir caminhos.

Nesta semana, o tema movimenta bons debates nas redes sociais, depois que o programa Domingo Espetacular, da Rede Record, mostrou o caso do mecânico de automóveis Osvaldo Ribeiro, de Marialva, cidade da região de Maringá, no Paraná.

Cego desde a adolescência, ele resolveu não se entregar ao desespero e à lamentação. Pelo contrário, decidiu investir em uma carreira e em um negócio que lhe permitisse sobreviver de forma autônoma.

Especializou-se numa área que já conhecia superficialmente, a de mecânica de automóveis. Opa! Mas como?

Ribeiro apurou outros sentidos. Pelo tato treinado, determina se uma peça está mais quente do que deveria ou se tem uma pequena rachadura. Seus ouvidos atentos detectam se há um problema na injeção eletrônica ou se um pistão está em apuros num cilindro. Pelo cheiro, sabe por onde vaza a gasolina ou o óleo.

Seus serviços são realizados com responsabilidade, rapidez e capricho. Por isso, tem como clientes até concessionárias da região. Esforçado, não liga de permanecer até duas da manhã mexendo num velho carburador ou numa transmissão danificada.

Há poucos anos, Ribeiro passou a explorar outras de suas potencialidades: a voz e o talento de comunicador. Virou locutor de rádio, seu segundo emprego. Lendo e escrevendo em braile, agora estuda Direito, investindo em mais uma opção de futuro profissional.

Ribeiro é um exemplo fenomenal de gestão na limitação. Se focasse em sua grave deficiência, provavelmente passaria a vida trancado num quarto, dependendo da ajuda dos parentes. Como deu foco em suas potencialidades, tornou-se um cidadão ativo, realizador, que colabora para a construção de um mundo melhor.

Casos como esse nos surpreendem e nos alertam sobre as oportunidades que desperdiçamos. O tempo que se investe na lamúria pode ser sempre aproveitado na construção de uma empresa lucrativa ou de uma carreira de sucesso.

Pense nisso com carinho. Afinal, a teoria, na prática, funciona!


Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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