Colunistas - Sílvia Rocha

Ergonomia e estética: o conforto não tem que abrir mão da beleza

Há muito tempo o tema Ergonomia é assunto discutido no meio científico. Com o desenvolvimento da tecnologia e o consumo cada vez maior de equipamentos eletrônicos, a preocupação quanto à relação do homem com as máquinas intensificou-se.

Muitos profissionais têm se voltado para o assunto, principalmente por conta de áreas como as chamadas Operacionais e ainda as Centrais de Atendimento, em que o uso do computador é constante e a possibilidade de pausas é quase inexistente, sendo necessária atenção redobrada no uso de mobiliário que não comprometa a saúde física dos colaboradores.

As Estações de Trabalho Nas últimas décadas ocorreu uma enorme aceleração e intensificação dos processos de trabalho. A evolução extinguiu e criou atividades, inserindo a tecnologia num novo conceito, e as estações de trabalho são as maiores representantes dessa fase. Um dos aspectos negativos disso foi o descompasso entre a atualização dos projetos e a revisão do planejamento organizacional em relação a esses novos ambientes. Em razão disto, alguns indicadores começaram a ser analisados. Fatores como rotatividade, absenteísmo, greves e doenças ocupacionais tornaram-se mais comuns.

Felizmente, atualmente as empresas estão desenvolvendo novas fórmulas para abordagem e gestão dessas atividades. No caso específico das Centrais de Atendimento, diversos estudos são feitos para demonstrar os problemas advindos dessas mudanças e buscar saídas e soluções.
O arquiteto Fabio Rocha destaca algumas recomendações para os postos de trabalho:

Alternância postural: o mobiliário deve ser regulável, adequando-se aos diferentes pesos e alturas dos usuários. Mesas e cadeiras para uso de computador devem possuir regulagens simples e estar em locais de fácil acesso, que permitam a mudança da postura ao longo da jornada de trabalho.
Ângulos de visão: a parte superior da tela deve coincidir com a altura dos olhos, para evitar a projeção da cabeça para a frente e a adoção de posturas críticas.
Plano de digitação: deve coincidir com a altura do cotovelo. O braço deve fazer com o antebraço um ângulo igual ou maior do que 90 graus. Punho neutro: deve-se procurar digitar com o punho reto (alinhado com o antebraço), em posição neutra.
Quanto ao planejamento dos ambientes físicos, Fabio Rocha enfatiza: “é primordial que se pense na melhoria e na flexibilidade das áreas de trabalho, com a viabilização de projetos mais humanizados, que levem em consideração aspectos psicológicos e práticos, a fim de tornar o ambiente e o posto de trabalho compatíveis com os processos ali executados. A inserção de salas de relaxamento, cafeterias, cantinas, academia e salas de leitura, por exemplo, são ótimas opções”.
A Iluminação deve evitar reflexos e ofuscamentos: quanto aos níveis de iluminância, os índices variam de acordo com a atividade e o local. Para os postos de trabalho e as áreas de escrita, níveis de 500 lux são considerados confortáveis.
Como regra geral, temperaturas confortáveis para ambientes refrigerados encontram-se entre 20 e 22 graus no inverno e entre 25 e 26 graus no verão. As saídas de ar não devem ser direcionadas aos colaboradores. Quanto ao nível de umidade do ar, deve ser mantido entre 40% e 60%.
O ruído excessivo, em Centrais de Atendimento, tem um importante peso na qualidade dos serviços, pois cria uma enorme dificuldade no processo de coleta de informações junto ao cliente. Segundo a NR-17, os níveis de ruído para ambientes de trabalho onde sejam desempenhadas atividades de solicitação intelectual e atenção constante não devem ser superiores a 65 dB(A).

É importante destacar o crescente movimento por parte das empresas na busca pela modernização e atualização de suas estruturas. Levam-se em conta cada vez mais os aspectos humanos na concepção dos espaços, o que engloba conceitos de Ergonomia.

Contatos através do e-mail: silvia@fabiorochaarquitetura.com.br
Site: www.fabiorochaarquitetura.com.br

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