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Como gerir no ambiente de conflito?



No Domingo, meu Santos Futebol Clube conseguiu uma bela vitória contra o rival Palmeiras. No entanto, terminei o dia matutando sobre outro assunto.

Como uma fonte de prazer como o futebol pode se transformar em motivo de ódio? Isto porque os sites noticiosos tratavam de uma emboscada na Via Anchieta contra os torcedores santistas.

Paus, pedras e rojões foram utilizados como armas. Ao fim do conflito, que teve até disparo de arma de fogo, um torcedor foi morto, vítima de um atropelamento.

Em seguida, repassei mentalmente alguns dos recentes debates políticos em curso, não somente aqueles entre os candidatos, mas também aqueles entre seus fanáticos seguidores.

Temos visto inúmeros ataques pessoais, “baixarias” e outras demonstrações lamentáveis de fúria. Enquanto isso, os reais problemas do país têm sido tratados de maneira superficial.

O transe da violência se estende também ao ambiente produtivo. No mês passado, em Bonsucesso, no Rio, um vendedor foi demitido de uma transportadora de cargas e, contrariado, tirou a vida do dono da empresa.

Meses antes, aconteceu algo semelhante na Bahia. O motivo da ira do funcionário foi ter negado seu pedido de férias.

Na Flórida, na mesma época, a conflito fatal teve origem em uma questão banal. O funcionário sentiu-se ofendido porque o chefe publicou sua foto, sem autorização, na Internet.

Cabe recordar alguns ensinamentos de William Ury, co-fundador do Programa de Negociação da Harvard, um dos maiores especialistas do mundo em mediação de conflitos.

Segundo ele, estamos vivendo tempos turbulentos, de transição. Antes, prevaleciam as sociedades verticais, em que predominavam as monarquias e as ditaduras.

Agora, a democracia está se espalhando, não somente na política, mas nas relações familiares e trabalhistas. Todos querem tomar parte nos processos decisórios, o que, no curto prazo, gera conflitos.

Para Ury, se há divergência, é preciso apostar na negociação. “Essa é a primeira vez na evolução humana em que todas as tribos e os mais de 6 mil grupos lingüísticos do planeta estão em contanto intenso, uns com os outros”, afirma.

Para o negociador, teremos um período de disputas e picuinhas. Assim, teremos de aprender a buscar convergências, aparar arestas e respeitar as opiniões e demandas dos outros.

Esse processo de ajuste, no entanto, leva tempo. Todos ficarão furiosos em algum momento e serão menos civilizados.

Para Ury, gerir situações de tensão exige uma “saída para a sacada”. A fórmula é parar, deixar mentalmente a situação e pensar no que realmente é relevante na vida.

Segundo o negociador, condutas como essa reduziriam a violência, aumentariam a cooperação e fariam, no âmbito das empresas, elevar-se a produtividade.

Os melhores exemplos estão no trânsito terrível das nossas grandes cidades. Muitas vezes, brigamos porque nos sentimos desrespeitados. E, frequentemente, somos mesmo vítimas dos apressadinhos e dos “folgados”.

No entanto, será que vale a pena correr atrás, xingar, dar uma fechada? Todos nós temos responsabilidades e pessoas que dependem de nós. Será que vale a pena arriscar a vida por conta disso?

Por fim, como diz Ury, precisamos nos colocar no lugar do outro e raciocinar sobre nossas responsabilidades no conflito.

Não será que fomos nós os impacientes ou os apressadinhos? Custava deixar o outro carro passar? Será que nossa buzina não ajudou a esquentar os ânimos?

Hora de pensar e planejar um futuro de acordos, de conciliações e de paz. É compromisso importante na agenda da gestão.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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