Colunista
Como a guerra do Rio afeta o seu negócio?
Na semana que passou, a TV exibiu cenas em que a Cidade Maravilhosa mais parecia Bagdá. Assistimos a tiroteios, explosões e ruas tomadas por soldados fortemente armados e tanques do Exército.
Enquanto os “caveirões” incursionavam pelas áreas de conflito, a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro realizava contas e chegava à conclusão de que o combate de rua causava prejuízo diário de R$ 39 milhões ao setor.
Outro dado importante divulgado pela entidade: o segmento gastara em 2009 cerca de R$ 866 milhões com segurança particular, valor que poderia ter sido gasto em ampliação de instalações, modernização de equipamentos, treinamento de pessoal e publicidade.
Os empresários da área de turismo terminaram a semana preocupados. Muitos já previam o cancelamento de reservas em hotéis e uma redução na venda de pacotes turísticos para a virada do ano.
No setor de seguros, a polêmica era outra: as empresas dariam ou não cobertura aos donos de veículos incendiados pelos criminosos?
O pior efeito da ação dos bandidos, no entanto, foi o ferimento à bala sofrido pela “marca” Rio de Janeiro e, por tabela, pela marca “Brasil”.
Jornais do mundo inteiro exibiram imagens de cidadãos desesperados e de ônibus consumidos pelo fogo. Entre tantas terríveis notícias, divulgaram que um fotógrafo da conceituada Reuters fora baleado enquanto executava seu trabalho.
É lamentável que isso tudo ocorra justamente quando os olhos do mundo estão focados no Brasil.
Nossa Economia vive excelente momento, reduzimos a desigualdade social e nossas empresas são cada vez mais respeitadas em âmbito global. Além disso, vamos promover a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Você pode pensar que esses eventos não afetam os negócios em escala nacional. A verdade, no entanto, é que nenhum investidor gosta de botar seu dinheiro em países dominados pelo crime ou afetados por guerras civis, especialmente aqueles que preferem estimular a produção e não somente especular no carrossel financeiro.
Portanto, a situação atual exigirá muito dos especialistas em Segurança Pública e também dos profissionais de Marketing.
Primeiramente, é necessário eliminar o império comercial dos traficantes e das milícias, capturando seus líderes e destruindo seus negócios ilegais.
Para isso, é necessário tornar a polícia cada vez mais eficiente e dar-lhe, sim, uma feição humana, de modo que conquiste com o apoio estratégico das famílias de trabalhadores que vivem nas zonas de conflito.
Um bom exemplo desse modelo é o trabalho das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que já atuam na cidade.
Numa fase posterior, precisaremos de uma “tropa de elite” de marketing para restaurar e consolidar a imagem do Rio, principal cartão postal e porta de entrada do país.
Do êxito dessa missão, dependemos todos nós que atuamos num mercado complexo, globalizado e no qual a reputação tornou-se ativo fundamental.
Afinal, a teoria na prática, funciona!
Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br
Voltar