O que Londres ensinou ao mundo da gestão?
A cerimônia de abertura da Olimpíada 2012, realizada na sexta-feira, no Olympic Stadium, ofereceu-nos um magnífico exemplo no campo da
gestão de pessoas e conteúdos.
Foram quatro horas de uma inesquecível aula lúdica, com muita luz, cor, movimento e difusão do
conhecimento.
O evento, projetado e coordenado pelo diretor cinematográfico Danny Boile, exibiu muito do espírito realizador dos britânicos, tão disciplinados quanto bem-humorados.
A área do espetáculo deixou de ser plana e ganhou um cenário de topografia irregular e original, no qual se contou didaticamente a história da nação.
Quem parou diante da TV, viu o ator Kenneth Branagh interpretar um dos mais destacados
gestores-empreendedores de todos os tempos, o engenheiro Isambard Kingdom Brunel (1806 – 1859).
Ele construiu pontes, túneis, barcos e revolucionou o transporte público. Muito da vida moderna atual se deve ao gênio criativo de Brunel, uma das figuras maiúsculas do processo reconhecido como Revolução Industrial.
Mas a encenação dos britânicos não foi auto-laudatória. O público viu a fumaça ruim das chaminés, o sofrimento humano nas longas jornadas de trabalho e a luta das mulheres para obter direito ao voto.
As famílias atuais retratadas eram multiétnicas e enfrentavam desafios universais, como a busca de harmonias e afetos. A música pop ajudou a narrar a história das pessoas comuns.
Num exemplo de
gestão exemplar de conteúdos, o diretor da festa mostrou a rainha “saltando” de um helicóptero, protegida pelo agente 007. Até o inventor da WEB, Tim Berners-Lee, apareceu na arena para saudar o público.
A cena mais significativa, porém, foi reservada para o fim da cerimônia. Havia apostas para se determinar que celebridade acenderia a pira olímpica.
Pois, não houve tal figura. Jovens anônimos acenderam pequenos foles metálicos que, aos poucos, se ergueram e formaram um grande complexo metálico fulgurante.
O significado é claro. Temos problemas globais graves, mas também temos conhecimentos e ferramentas para solucioná-los.
Para vivermos melhor, precisamos de menos heróis e de menos vaidades. Precisamos de responsabilidade, compromisso e esforço compartilhado. Cada um precisa fazer a sua parte.
Pense que todas essas metáforas e alegorias podem perfeitamente representar a mudança necessária na
gestão corporativa.
Precisamos de tecnologia, de competência técnica, de conhecimento holístico, de sorrisos generosos, de espírito inovador, mas principalmente de sinergias.
Afinal, a teoria, na prática, funciona!
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