Colunistas: Paulo Araujo
Memória Mercadológica
Responda rápido: qual é a cor do "S" da Perdigão?
Vermelho?! Sinto muito, resposta errada! A palavra Perdigão não tem a letra "s".
Mas dificilmente você não pensou na cor vermelha. E por que isso?
O motivo é que toda marca ou produto traz alguma sensação ou um sentimento que pode ser negativo ou positivo.
Essa lembrança é o que chamo de memória mercadológica. Vamos ver abaixo como podemos iniciar o processo de venda desde cedo na mente do cliente e assim sair na frente da concorrência.
Sensações e sentimentos. Pesquise junto ao seu cliente que tipo de sensação ou sentimento lhe desperta ao lembrar-se da sua marca ou produto. Nós pensamos em forma de imagens e não em palavras, por isso todo cuidado é pouco quando o assunto for comunicação, propaganda ou publicidade. A forma como a sua empresa se comunica com o seu público é sempre o início da relação comercial futura que a sua empresa pretende ter com o cliente. Por exemplo: nada mais irritante do que a concessionária de veículo que propaga que faz a melhor avaliação do seu carro usado. Aí você pega o seu carro, a sua intenção de compra e junto com o seu tempo e energia aguarda pacientemente todo aquele processo. É incrível a quantidade de vezes que fiz isso e obtive nem a melhor e nem a segunda melhor avaliação do meu carro. Ponto para a concessionária concorrente.
Atendimento e experiência de consumo. O atendimento somente será bom se a experiência de consumo for inesquecível. Chega de confundir bom atendimento com atenção e cortesia. Isso é o básico! Não tem nada de diferente. Quem quer comer fast food está atrás de bom preço, rapidez e praticidade. Não está preocupado com um jantar a luz de velas. Mas que tal bolar alguma coisa para entreter as crianças que esperam ansiosas com seus pais na fila. Qual empresa não deseja ter clientes leais, vender com lucro e ainda receber indicações dos clientes atuais? Todas querem, mas para isso é preciso criar e insistir em tornar o processo de compra algo inesquecível! Não estou falando de brindes e paparicações sem fim, estou falando de algo inusitado. Veja o exemplo do hotel Crowne Plaza que fica em Copenhague, na Dinamarca. O hotel conectou bicicletas ergométricas a geradores e assim os hóspedes que se exercitam produzem eletricidade. Investindo na própria saúde e ao gerar 100 watt/hora o hóspede-atleta recebe como prêmio uma refeição no valor de aproximadamente $60,00 ou por volta de 27 euros. Pedala Robinho!
Posicionamento e investimento na marca. Não basta somente fazer anúncios bonitos é preciso aliar a sua marca a uma causa. O apelo é sempre o mesmo: preço - qualidade - serviço. São poucas as empresas que conseguem ganhar a simpatia do cliente pelo motivo de mostrar a que veio, para que existe. Antes da fusão o banco ABN Real sempre focava na questão de um banco socialmente responsável, inclusive com ações voltadas a terceira idade. A Toyota trabalha forte na produção de carros ecologicamente corretos, inclusive já conta com alguns modelos em seu portfólio. Entenda que quando falo em causa, não precisa ser necessariamente algo ligado ao social ou a ecologia. Podemos pensar em fabricar alimentos saudáveis, produtos que contribuem com a educação e aumento da cultura das pessoas, entre outros tantos exemplos. O importante é vivenciar a missão da empresa, tirar as palavras do papel e torná-las realidade.
O assunto é vasto e interessante e neste artigo apresento pequenas dicas para que independente do tamanho da sua empresa você possa refletir e criar mecanismos e ações para que esteja onde estiver, ao lembrar da sua marca o cliente tenha sempre aquela sensação de que fez ou irá fazer um bom negócio.
Contato através do e-mail: paulo@pauloaraujo.com.br
Site: www.pauloaraujo.com.br
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