Colunista

Você conhece o case de consumo colaborativo de carros elétricos em Paris?

A grande indústria do petróleo é tão poderosa que é capaz, inclusive, de sabotar a implantação de sistemas alternativos de energia. Pelo menos é o que dizem os empreendedores empenhados no desenvolvimento e fabricação de carros elétricos.

Os chamados veículos “zero-emissão” não dependem dos xeiques árabes nem de Hugo Chávez, tampouco de empresas de extração, de esquadras navais de transporte ou de postos de abastecimento tradicionais.

A rigor, as máquinas automotivas elétricas têm como vocação destruir parte significativa do mundo em que vivemos. Não resta dúvida, no entanto, de que a batalha de substituição da matriz energética será longa e renhida.

Por hora, conta muito cada iniciativa de coragem na luta por um planeta mais limpo e mais sustentável, tema que analiso em meu livro A Economia do Cedro. No domingo que passou, dia 2 de outubro, Paris ganhou, em caráter experimental, seus primeiros 60 veículos elétricos do sistema Autolib. A ideia do projeto é estimular as pessoas a deixarem em casa seus carros e utilizarem os Bluecars, que são bonitos, rápidos, compactos, econômicos e silenciosos.

O usuário pode pegar o carro numa estação de serviço e devolver em outra, conforme sua conveniência. Segundo os administradores do negócio, a autonomia urbana do Bluecar é de 250 km. A velocidade pode chegar a 130 km/h. A prefeitura de Paris acredita que o sistema vai tirar de circulação 22,5 mil veículos convencionais. Com isso, deve melhorar o trânsito e reduzir o impacto ambiental do transporte.

Em dezembro, quando da oficialização do programa, serão 250 carros. Para 2014, a ideia é disponibilizar 3,5 mil.

A empresa Bolloré investiu, até agora, 200 milhões de euros no projeto. Sua proposta é utilizar o programa como vitrine do novo veículo, cujas baterias inovadoras garantem maior autonomia e geram menos calor.

Para o presidente da Autolib, o sistema se tornará rentável quando contar com 80 mil assinantes, dispostos a usar os carros pelo menos duas vezes por semana, durante uma hora. Afinal, o aluguel não é caro, seguindo-se a filosofia do consumo colaborativo.

É uma aposta saudavelmente arriscada, como deve ser na verdadeira economia de mercado, em que o retorno do capital depende sempre de qualidade, eficiência e diferenciação.

Cabe, agora, aos parisienses, sempre na vanguarda, fazer vingar esse projeto e iniciar mais uma revolução mundial. Com certeza, Liberté, Egalité, Fraternité é um lema que combina muito bem com a revolução da sustentabilidade. Será formidável viver a transição da Idade do Petróleo para a Idade das Fontes Renováveis.

Se você já não suporta o trânsito amarrado das nossas cidades e não gosta que seu filho respire um ar de tão baixa qualidade, chegou a hora de pensar seriamente em iniciativas dessa natureza.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

Voltar


Categorias mais buscadas:	ver todas as categorias