Colunistas: Raúl Candeloro

Saber quem você é, o que quer da empresa e porque

Tem uma história que roda pela internet, onde uma empresa com resultados ruins avisa os funcionários que foi descoberto o culpado por aquele desempenho fraco e que amanhã esse culpado será apresentado a todos. No dia seguinte, as pessoas reunem-se no pátio da empresa e, uma por uma, são convidadas a entrar sozinhas numa sala, onde tem um espelho com uma placa escrita “aqui está o culpado”.

Sempre achei a história péssima, sabe porque? Porque os líderes da empresa nunca entram na sala. Nunca se olham no espelho. E são justamente os que mais precisariam acordar para a realidade. Os líderes terceirizam a culpa como se eles fossem um gênios e a equipe um bando de retardados incompetentes. Caros líderes: desculpem-me, mas não é assim que funciona.

Um bom líder tem que fazer poucas coisas, mas fundamentais:

1) Estabelecer claramente qual é o objetivo a ser atingido (meta).
2) Ajudar a estabelecer como esse objetivo será atingido (estratégia).
3) Decidir quem é que vai jogar no time.
4) Comunicar tanto a meta quanto a estratégia incansavelmente, 24 horas por dias, 7 dias por semana, 30 dias por mês. Incansavelmente comunicar, comunicar, comunicar.
5) Criar um ambiente de confiança mútua dentro do time.
6) Cobrar resultados.
7) Comemorar o sucesso e reconhecer a equipe.
8) Aprender com os erros e tomar as providências necessárias para que não ocorram novamente.

Por isso no Small Giants falamos constantemente de Liderança e da necessidade de equilíbrio e inteligência emocional do líder. A primeira grande característica de um Small Giant é que o/a líder da empresa sabe exatamente quem é, o que quer da empresa e porque. E por isso estar claro, seus diretores, gerentes e supervisores também sabem. Ou seja, todo mundo tem um foco claro, organizado, objetivo. Quando isso acontece, os 8 itens acima são óbvios, naturais. Mas quando a pessoa tem questões pessoais mal-resolvida, invariavelmente encontramos um líder ‘travado’ em várias das questões.

O que acontece quando o dono da empresa não tem isso claro?

- Distanciamento da equipe
- Produtividade baixa
- Ineficiência
- Desgaste
- Desmotivação
- Desarmonia
- Desperdício de tempo
- Problemas de qualidade
- Problemas financeiros
- Falta de reconhecimento

Ou seja: questões bem sérias e que deveriam ser discutidas abertamente numa empresa. Se o dono/dona não é uma pessoa bem resolvida, acaba criando uma forma tortuosa de se comunicar com a equipe. A cultura da empresa é fortemente influenciada. Criam-se grupos/feudos. Não existe de verdade nenhuma prioridade a não ser tentar ‘acertar o que o dono/a vai gostar’. Por exemplo, é um sintoma sério de problemas quando o grupo se pergunta constantemente “como está o humor dele/dela hoje?”.

Invariavelmente, uma equipe disfuncional tem um líder disfuncional. Sempre digo nos workshops de liderança: se tem uma pessoa na sua equipe com um problema, então a pessoa é o problema. Se todos na equipe são um problema, então já não é mais problema da equipe – é do líder.

E o que fazer? 7 dicas rápidas:

1) Ajude sua empresa a ter sucesso motivando todas as áreas/equipes/funcionários a alcançar metas que sejam importantes para eles também (não só para você).
2) Comemore as vitórias, mesmo as pequenas.
3) Comunique-se de maneira aberta e consultiva com todos. Aceite críticas.
4) Reconheça quem dá um passo a mais, quem se esforça, quem se compromete.
5) Acredite que as pessoas podem criar e ter sucesso. Aprenda a delegar de maneira inteligente, com apoio e acompanhamento.
6) Livre-se de corvos e vampiros energéticos.
7) Seja humilde e aceite que pequenos gestos seus têm grande repercussão.
Abraço de pequeno gigante,

Contatos através do e-mail: raul@vendamais.com.br
Site: www.vendamais.com.br

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