Colunistas - Silvia Rocha

Revestir paredes com papel é chique

Conta a história que a aplicação de papéis decorativos em paredes surgiu na China, duzentos anos antes de Cristo; mas foi na Europa que seu uso ganhou força, por meio dos comerciantes árabes. Se inicialmente eram concebidos com papel-arroz, completamente brancos e sem qualquer detalhe decorativo, não tardou muito a ganharem cores e motivos, passando a ser produzidos com pergaminho vegetal.Com fabricação escassa e lenta, os papéis de parede eram um luxo permitido a poucos:apenas reis e ricos comerciantes podiam comprá-lo. Somente em 1630 houve a inauguração da primeira fábrica de papel de parede, a Papel-Toutisses, na cidade francesa de Roven.

No Brasil, o consumo deste produto teve início a partir da imigração europeia, no final do século XIX; porém, em razão do alto custo, até 1930 sua importação era pequena, sendo a sua comercializaçãopopularizada a partir de 1960. Nesta ocasião, os papéis de parede passaram a ser usados demasiadamente por todos os Estados Unidos da América, o que resultouem sua desvalorização após algumas décadas – de elemento sofisticado da decoração, passou então a ser considerado um produto comum e até mesmo popular e de mau gosto.

Atualmente, com a expansão das tecnologias, a variedade de opções no mercado e até mesmo o retorno do estilovintage na decoração, o uso do papel de parede voltou a ser sinônimo de luxo e bom gosto, havendo opções para todos os gostos e bolsos.

Quanto aos tipos, encontramos no mercado uma grande variedade.Háo papel clássico, papel de parede com relevo, papel que se pode lavar (adequado para zonas úmidas), papel vinílico (lavável mas não aconselhado para paredes úmidas,pois podem manchar e/ou descolar), papel com veludo, o papel matéria (com uma superfície diferente do papel: madeira, fibra de vidro, tecido etc.) e ainda o papel para pintar (com relevo ou com papel com aparas de madeira incrustadas).

Recomendado para áreas internas, para que a aplicaçãodo papel tenha um bom resultado é importante que a parede que vai recebê-lo esteja lisa e livre de imperfeições, rachaduras ou furos. Em alguns casos é necessário, antes, aplicar massa ou gesso, lixar e passar uma demão de tinta. Apesar de parecer fácil, a execução errada pode acabar em prejuízo, pois sua correção é bem difícil, por vezes impossível. A remoção desse produto no entanto é fácil, e na maioria dos casos basta água ou algum tipo de removedor. Se bem cuidado, um papel de parede pode durar mais de 10 anos.

Em relação à quantidade necessária, os papéis de parede são vendidos por rolo, e cada um deles geralmente tem 10 metros de comprimento por 50 centímetros, ou 8 metros por 68 centímetros. O cálculo de quantos rolos serão necessários para cobrir uma parede não depende apenas da área a ser coberta e da extensão do papel. Se o papel tiver desenhos ou listras é preciso levar em conta também o tamanho do padrão e a frequência com que os detalhes se repetem, para fazer os encaixes perfeitos a cada emenda.

Se há alguns anos as revistas e os profissionais de arquitetura e decoração estão falando sobre o retorno dos papéis de parede, os últimos eventos do meio mostram que seu uso está virando uma obrigação. Destaque na Maison&Objet, em Paris, uma das feiras de decoração e design mais abrangentes do setor,eno Paris Déco Off, evento que ocorre paralelamente à feira, em 2014 os papéis de parede também foram os queridinhos de arquitetos e decoradores na Casa Cor SP. Indiscutível também é sua importância para o meio ambiente, pois a maioria destes produtos é ecológica, sendo nestes casos a matéria-prima 100% reciclável, sem prejuízos para a natureza.Assim, tudo indica que os papéis de parede voltaram com tudo!

Contatos através do e-mail:
silvia@fabiorochaarquitetura.com.br
Site: www.fabiorochaarquitetura.com.br

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