Colunistas
Por que o tempo livre é tão necessário?
Como educador, saltou-me aos olhos a notícia de hoje do jornal Folha de S. Paulo. Informa-se ali que 11 de 27 capitais brasileiras não concedem jornada extraclasse mínima para os professores.
No caso das escolas básicas públicas, o docente deveria permanecer um terço de sua jornada regulamentar fora das aulas, a fim de reciclar-se, aprender e preparar suas atividades.
Ora, venho batendo nesta tecla há muito tempo. Este, aliás, é um dos temas que abordei já em meu primeiro livro, Reinventando Você.
Acredito, na verdade, que este tempo reservado à reflexão, à atualização a ao planejamento deva preencher o calendário também dos gestores corporativos.
Hoje, as melhores empresas desconfiam dos profissionais viciados em trabalho. São pessoas que ficam doentes mais facilmente e que não encontram tempo para conhecer coisas novas.
As organizações sintonizadas com a mudança buscam, na verdade, aqueles colaboradores mais produtivos, aptos a gerar resultados.
Se a produção em escala, cronometrada, é cada vez mais responsabilidade das máquinas, resta ao ser humano pensar, exercitar a criatividade e aprimorar procedimentos.
Em seu livro clássico Ócio Criativo, o sociólogo Domenico De Masi afirma que os empreendimentos humanos realmente transformadores deverão ser sustentados por uma combinação equilibrada de trabalho, estudo e lazer.
Segundo ele, o tempo livre deve ser valorizado e enriquecido. O mundo dos negócios ganha quando os trabalhadores são capazes de conviver mais com parentes e amigos, quando praticam atividades lúdicas e quando se exercitam no amor.
O melhor gestor, portanto, participa do processo de mudança e agrega harmonicamente o novo à vida de sua organização.
Para que adotemos esse novo paradigma, é preciso que sejamos generosos para conceder tempo às pessoas. E que sejamos espertos para conceder tempo a nós mesmos.
Afinal, a teoria, na prática, funciona!
Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br
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