Colunista

Gestão sustentável: como lucrar com as vocações regionais?

Quando falamos em sustentabilidade, raramente pensamos em “cultura” e em vocações econômicas regionais.

Isso ocorre porque nem todos perceberam que o conceito de sustentabilidade se estende para além da preocupação ambiental.

Ser sustentável equivale também a aproveitar oportunidades na construção de negócios locais consistentes, capazes de gerar empregos e atrair capital.

Nos últimos anos, várias cidades brasileiras “profissionalizaram” suas festas juninas, especialmente no Nordeste.

Em Campina Grande, na Paraíba, por exemplo, cerca de 10 mil pessoas trabalham direta ou indiretamente no evento festivo.

Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas da cidade, o “São João” injetou R$ 115 milhões na economia local este ano, 15% a mais do que em 2011.

Com isso, ganharam os donos das 150 barracas e 98 quiosques, os 300 ambulantes cadastrados, os taxistas, os seguranças, os garçons e os donos de hotéis, pousadas e restaurantes. Lucraram até mesmo os catadores de materiais recicláveis.

As festas juninas já fazem de junho o segundo mês de maior movimentação no comércio paraibano.

Em Sergipe, não é diferente. No inverno de 2011, o Estado atraiu 300 mil turistas. Além dos empresários, as cidades também lucraram com os festejos, capazes de incrementar substancialmente a arrecadação de impostos.

As primeiras estimativas oficiais de 2012 mostram que os sergipanos embolsaram R$ 75 milhões com os eventos juninos.

Boa parte desses valores, no entanto, correram no subterrâneo da economia. No município de Capela, por exemplo, muitos moradores lucraram ao alugar casas para os visitantes que participaram do São Pedro e da Festa do Mastro.

Na nova economia sustentável, os gestores corporativos de pequenas e médias cidades precisarão seguir o exemplo dos nordestinos e buscar vocações regionais.

Certamente, a sua cidade ou seu bairro também tem uma vocação. Pode ser uma festa, uma tradição cultural ou uma atração turística natural.

É preciso identificar essa vocação, construir uma história de validação, engajar parceiros comerciais e desenvolver um plano estratégico para estabelecer negócios geradores de receitas.

Nesse caso, procure autenticidade, valorize o “povo da terra” e pense sempre em consistência, isto é, em atividades feitas para durar, capazes de gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais.

Planeje e desfrute. Afinal, a teoria, na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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