Boa parte das pessoas volta de viagem com a câmera cheia de fotos. Na empolgação, quer mostrar tudo aos amigos. O detalhe é que a viagem pode ter sido incrível, mas é bem possível que você, amigo que vai ver aquelas 800 fotos de uma semana, fique entediado depois das 50 primeiras. Parece que a única pessoa que realmente aproveita este momento é quem viajou, não é mesmo? Mas talvez, se tudo fosse transformado em uma animação curta, com trilha sonora e efeitos visuais, ficaria mais divertido. É nisso que acreditam os fundadores da Stayfilm, uma plataforma que cria animações a partir das imagens e vídeos de seus usuários nas redes sociais. Desde outubro, quando o serviço foi lançado, 55 mil usuários de 86 países já testaram a plataforma. A meta é chegar a 1 milhão de usuários até o fim do ano.
Nesses pouco mais de três meses, a Stayfilm focou nos mercados brasileiro e americano, mas acabou conseguindo usuários em dezenas de países. Além de Brasil e EUA, despontam na lista Portugal, Canadá, Reino Unido, Austrália, Espanha, França e Alemanha. O uso da plataforma por pessoas de todo o mundo já faz a startup pensar em uma expansão internacional. Segundo Douglas, o plano é abrir escritórios nos Estados Unidos e em um dos países europeus com mais usuários.
O sonho de ver a Stayfilm funcionando vem da cabeça dos irmãos Douglas e Daniel Almeida, de 32 e 27 anos, respectivamente, e de Fabiano Simões, de 29. No fim de 2010, Daniel teve a ideia de criar a plataforma e convidou Douglas. Os dois consultaram Simões, ligado à área de tecnologia, para saber se era possível tirar a ideia do papel. Com o sinal positivo de Simões, os três se juntaram e começaram a trabalhar no projeto.
Em janeiro de 2012, com nada mais que um protótipo e um plano de negócios bem definido, os empreendedores fizeram uma sessão de apresentação e saíram de lá com R$ 600 mil em investimentos. Antes mesmo de lançar a plataforma, a Stayfilm já tinha R$ 3 milhões em aportes.
Normalmente, animações com fotos e vídeos não são muito elaboradas. O máximo que pode ser feito por leigos é colocar uma trilha sonora e alguns efeitos básicos de transição entre as imagens. Já na Stayfilm, as imagens recebem filtros e são enquadradas em várias distâncias e ângulos. Segundo Douglas Almeida, a Stayfilm contou com diretores de cinema para elaborar as animações. Ele faz uma analogia com uma rede social que explica as mudanças que a startup trouxe às animações. “Fizemos uma ‘instagramação’ de todo o conteúdo dos usuários”, afirma.
A princípio, a Stayfilm só funciona em computadores e notebooks, mas até o fim do primeiro semestre a startup quer lançar aplicativos para Android, iOS e Windows Phone. O uso é simples: o usuário acessa o site da plataforma, faz um cadastro e começa a preparar sua animação. É possível usar fotos e vídeos que estejam no Facebook, Instagram, Flickr e Vimeo ou fazer upload do próprio computador. A plataforma pede palavras-chave, para selecionar as fotos de acordo com a animação que o usuário quer fazer. Depois do upload, a pessoa escolhe um dos temas de efeitos visuais oferecidos pela Stayfilm e determina a que momento se referem as fotos. Pode ser uma viagem, a vida com o namorado ou a formatura da faculdade, por exemplo.
A animação é montada automaticamente em dois minutos. Caso o vídeo não fique como o usuário queria, é possível alterar o conteúdo antes de publicar. A plataforma permite que a sequência seja compartilhada no Facebook.
De acordo com Douglas Almeida, o uso é gratuito. A empresa quer ganhar dinheiro com anúncios publicitários e a startup já foi procurada por grandes empresas. “Nunca pensamos em cobrar do usuário”, diz o empreendedor.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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