O comércio eletrônico no Brasil movimentou R$ 31 bilhões em 2013, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Mas o mercado é muito mais promissor: afinal, só uma pequena parte dos 195 milhões de brasileiros com acesso à internet usa a web para realizar compras.
Segundo Jochem Vroom, fundador do Flipit, plataforma de cupons criada na Holanda e presente em 21 países, e eleito uma das 25 pessoas mais influentes do e-commerce europeu, os empreendedores brasileiros ainda podem melhorar bastante no comércio eletrônico. Abaixo você confere quatro dicas do empreendedor para tornar isso realidade.
1. Ofereça descontos de maneiras mais atrativas
Vroom acredita que oferecer descontos para produtos avulsos não é o suficiente. As empresas precisam disponibilizar cupons para comprar aquilo que quiserem. Isso faz com que o consumidor sinta que está ganhando mais. Para o empreendedor, essa estratégia ainda é pouco difundida entre grandes nomes do varejo e causa receio entre os clientes.
“Os cupons online não são uma coisa nova, já estão na Internet há muitos anos. É que em mercados emergentes no e-commerce, como o Brasil, só agora que os cupons estão começando a ‘bombar’”, diz. “A palavra cupom é geralmente associada àqueles de papel, que as pessoas recortam do jornal, distribuídos por supermercados. Por isso, marcas mais sofisticadas às vezes hesitam em usá-los em suas lojas virtuais, temendo que a associação enfraqueça sua imagem.”
2. Use as redes sociais pra construir credibilidade
Essas ferramentas se tornaram importantes canais para conquistar a confiança e a parceria dos consumidores. Por isso o comércio eletrônico precisa investir em um engajamento criativo e de qualidade com os internautas em todas as redes sociais. Isso servirá não apenas para vender mais, mas também para construir a identidade da empresa e sua credibilidade no longo prazo. Elas também podem ser usadas como um instrumento analítico para entender melhor qual é o perfil do seu público, seu comportamento e preferências. As redes sociais também ajudam a descobrir qual linguagem é mais eficiente na hora de vender para cada público.
3. Ofereça formas de pagamento mais práticas
Os consumidores precisam finalizar e pagar suas compras do jeito mais fácil e rápido possível. Os formulários devem ser curtos, rápidos de preencher e devem conter apenas os dados imprescindíveis para a compra. O mesmo vale para as formas de pagamento.
Enquanto muitos ainda preferem formas tradicionais de pagamento, como os boletos, Vroom acredita que os sites de comércio eletrônico devem apostar em formas de pagamentos mais ágeis, como a transferência eletrônica de fundos (TEF) e o PayPal. “Os pagamentos do tipo e-wallet, bem populares na Europa com empresas como iDeal, Sofort e Trustly, poderiam ser mais presentes no Brasil. Eles tornam a transferência muito mais ágil, já que o dinheiro sai direto da conta corrente, bastando digitar login e senha, sem a necessidade de um cartão de crédito ou de preencher todo um formulário de cadastro”, afirma.
4. Aposte em serviços que facilitam a vida das pessoas
Para fechar a conta no azul, é preciso investir em serviços criativos e não apenas fazer o simples “feijão com arroz”. Clubes de assinatura, produtos feitos por meio de crowdsourcing, entre outros são apenas alguns dos atrativos para ser mais competitivo no mercado. “Uma tendência europeia que poderia inspirar o Brasil é o e-commerce de serviços coletivos ou colaborativos como o Blablacar ou Airbnb”, afirma Vroom.
O empreendedor também deve apostar na valorização da experiência de compra no ambiente virtual. “Algumas lojas de maquiagem têm usado um software no qual você pode testar os produtos em uma foto do seu rosto. A H&M recentemente testou um serviço de provador virtual, em que você podia experimentar as roupas em uma foto de corpo inteiro”, diz.
Outro ponto importante é oferecer ao consumidor a chance de fazer o próprio perfil dentro da sua loja, montar uma lista de produtos que deseja, receber sugestões de compra personalizadas e compartilhar coisas com os amigos nas redes sociais.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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