5S, 6 Sigma, TPM, SMED, Just in time, Sistema Lean. Você já deve ter ouvido falar em pelo menos um desses termos. Eles se referem a metodologias para melhorar a eficiência ou diminuir a probabilidade de erros dentro de uma empresa.
Apesar de terem objetivos parecidos, cada uma tem suas particularidades. O 5S é voltado principalmente para a organização e a limpeza. Já a 6 Sigma é focada na eliminação de defeitos. A TPM tem como objetivo eliminar perdas, reduzir paradas, garantir a qualidade e diminuir custos. A SMED é empregada para reduzir o tempo de preparação de máquinas, equipamentos e linhas de produção e a Just in time determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. O Sistema Lean considera desperdício o gasto de recursos com o que não é voltado para a produção de bens para o cliente.
Mas qual delas é melhor para a sua empresa? Segundo Igor Furniel, diretor da IsoOnline, consultoria em certificações Iso, entre todas essas metodologias, o 5S é o mais didático e de mais fácil implementação. “Os outros são sistemas de gestão mais sofisticados, enquanto o 5S é uma ferramenta de qualidade”, explica. Ele diz que o 5S pode ser aplicado em qualquer empreendimento, independente do segmento e tamanho.
O método surgiu no Japão na década de 1960. Seu mote são as palavras japonesas Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu e Shitsuke, traduzidas para o português como Senso de Utilização, Senso de Ordenação, Senso de Limpeza, Senso de Padronização (ou Saúde) e Senso de Disciplina.
Autor do livro “Programa 5s e a Qualidade Total” (Editora Alínea), o professor Pedro Carlos de Carvalho diz que a metodologia funciona muito bem para pequenas e médias empresas. “Nas pequenas empresas é muito mais fácil disseminar essa consciência, uma vez que os funcionários estão muito próximos e têm um relacionamento mais direto”, observa. Ele aponta que o sucesso do programa depende basicamente da conscientização geral dos envolvidos e dos exemplos praticados.
Justamente por estar ligado a questões comportamentais, o maior desafio do 5S não é a implementação, mas a manutenção, ou seja, torná-lo parte da rotina da empresa. Uma dica dos especialistas é montar uma comissão e nomear defensores do 5S. Se a empresa tiver poucos funcionários, o importante é que um observe o comportamento do outro e que o empreendedor dê exemplos para motivar os funcionários. Montar planilhas e manter uma rotina de fiscalização também pode ser necessário. “Com esses controles podem ser apontadas falhas ou a acomodação da equipe”, diz Pedro Carlos.
** Dica de curso
O Sebrae oferece um curso online gratuito sobre 5S: http://www.ead.sebrae.com.br/tenho-uma-microempresa/d-olho-na-qualidade-5ss-para-os-pequenos-negocios/. A carga horária é de 16 horas, cumprida de acordo com a disponibilidade do aluno. Os módulos incluem explicações sobre o programa, preparação de diagnósticos e dicas para manter a metodologia em funcionamento.
Conheça os 5 sensos
Senso de utilização (Seiri): como exemplo, pense em um computador compartilhado por várias pessoas. Provavelmente a área de trabalho é um balaio de ícones avulsos, muitas vezes desnecessários. O mais provável é que a cada dia esse computador fique mais lento. Aplique o senso de utilização: determine o que é útil e dê um destino adequado ao que não é usado. Na área de trabalho real, é mais lógico que um pacote de papel fique ao lado da impressora do que longe dela, por exemplo.
Senso de Ordenação (Seiton): uma vez determinado quais ícones na área de trabalho são úteis, que tal organizá-los em pastas e subpastas, tornando mais fácil sua localização? Lembre-se que tudo aquilo que é usado com muita frequência deve ficar visível e ao alcance da mão. Além disso, procure realizar suas atividades na ordem certa: pode funcionar melhor do que tentar fazer tudo ao mesmo tempo.
Senso de Limpeza (Seisou): ao separar o que não tem mais utilidade, não tenha dó e mande tudo para a lixeira. Evite sujar e poluir. A sujeira, além de prejudicar a saúde, causa falhas em equipamentos de todos os tipos, inclusive computadores, e pode ainda provocar acidentes graves, pois esconde áreas perigosas e dificulta ou impede a leitura de etiquetas e avisos.
Senso de padronização ou senso de saúde (Seiketsu): o primeiro conceito prega que tudo deve estar bem sinalizado, com placas e etiquetas padronizadas: procedimentos, ferramentas, documentos, caminhos, máquinas, áreas perigosas, avisos de segurança. O segundo fala em padronizar comportamentos, valores e práticas favoráveis à saúde física, mental e ambiental.
Senso de Autodisciplina: você organiza sua mesa, seu colega organiza a dele e o escritório fica mais eficiente para todos. A ideia é que ninguém precise lembrar ou cobrar do outro o que ele deve fazer. Estimulando os funcionários da maneira certa, um chefe não precisa vigiá-los permanentemente e assim ganhará tempo para cuidar de suas próprias tarefas.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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