A rapidez é muito importante em um ambiente de trabalho. Os relatórios devem estar em cima da mesa em cinco minutos. Deve-se ligar imediatamente para o cliente. É preciso tomar logo essa decisão, pois não há tempo para pensar. Claro que a habilidade em entregar soluções em pouco tempo é essencial para a sobrevivência de uma empresa. Mas será que aquele funcionário que "enrola" para terminar as tarefas e passa mais tempo nas redes sociais do que produzindo não é um trunfo?
Um dos principais lemas dos profissionais procrastinadores é "se você pode terminar amanhã o que está fazendo hoje, relaxe." A Fast Company entrevistou dois especialistas que acreditam que essa forma de levar o trabalho traz vantagens raramente levadas em conta. Segundo Frank Partnoy, especialista em recursos humanos, e John Perry, autor do livro "The Art of Procrastination", o ato de procrastinar deveria ser valorizado pelos empreendedores.
Partnoy e Perry listaram 6 motivos para os empreendedores serem mais tolerantes a funcionários "enrolões" e porque, em muitos casos, todos deviam deixar o trabalho para depois:
1) Procrastinadores realizam mais tarefas – Segundo Perry, basta entender o sentido da procrastinação para descobrir que, na verdade, quem demora a fazer algo acaba realizando mais tarefas: quem procrastina larga uma tarefa para fazer outra.Com isso, a pessoa pode até demorar a realizar a tarefa inicial, mas entrega esta e outras mais – meio atrasado, é verdade, porém com outros trabalhos feitos.
2) Eles tomam melhores decisões – O procrastinador vai esperar até o último momento para escolher o caminho a seguir. De acordo com Partnoy, enquanto deixa todo mundo esperando, ele vai coletando informações e pensando nos prós e contras de cada alternativa. Assim, quem procrastina pode basear melhor suas decisões do que alguém que resolveu dar sua opinião rapidamente.
3) Procrastinadores otimizam processos – Outra característica dos procrastinadores: quando eles finalmente começam uma tarefa, eles farão o possível para terminá-la mais rápido. Mais uma vez, vale relembrar que a possibilidade de atraso é gigantesca. Mas na hora de o empreendedor perguntar como o problema foi resolvido, o "enrolão" provavelmente vai mostrar uma solução mais efetiva, com a eliminação de tarefas menos importantes, por exemplo.
4) Tarefas desnecessárias desaparecem com eles – A otimização dos processos de uma tarefa é a mesma na análise de tudo o que é feito por um funcionário. O procrastinador analisa o custo-benefício de tudo o que faz, segundo Perry. Com isso, é provável que é ele que abra o olho do chefe e diga que "não vale a pena perder tempo e gastar dinheiro com isso". E o procrastinador pode estar certo.Melhor ainda: muita coisa no trabalho é estressante. Com a eliminação de uma tarefa, é possível que o estresse no escritório diminua.
5) As desculpas funcionam melhor quando se espera – Em alguns casos, quando se erra, uma desculpa imediata é esperada. E necessária. Quando se pisa no pé de alguém, o pedido deve acontecer na hora. Mas às vezes o melhor é esperar.Segundo Partnoy, os pedidos de desculpas mais efetivos são os que ocorrem seis horas após a situação de estresse. Este é o tempo suficiente para quem cometer o erro pensar na melhor forma de retomar o assunto e a pessoa ofendida ficar mais calma. Não é que os procrastinadores saibam pedir desculpas melhor – na verdade, Partnoy defende que as pessoas procrastinem no ato de pedir desculpas.
6) O "instinto de procrastinação" pode estar certo – Perry diz que todos, produtivos ou não, temos um "instinto de procrastinação" e pensamos, muitas vezes, em deixar um trabalho para depois. De acordo com o escritor, essa intuição deve ser sempre levada em conta: se pensamos em adiar algo, pode ser que a tarefa não seja importante.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Voltar | Índice de Empreendedorismo |