Ele começou com menos de 18 anos, foi de garçom a churrasqueiro, passou por seis crises e criou uma rede de restaurantes consagrada no Brasil e no mundo. A trajetória de Arri Coser, fundador da Fogo de Chão, é de dar inveja.
Ele saiu da cidade de Encantado, na Serra Gaúcha, com 14 anos. Passou por Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, e pelo Rio de Janeiro perseguindo o sonho de abrir uma lanchonete. Foi em uma beira de estrada, a 90 quilômetros de Porto Alegre, que ele realizou o plano.
Coser fundou a Fogo de Chão no fim da década de 1970 , junto com o irmão, dois sócios e as economias de toda uma vida do pai. Ele contou sua história e deu dicas aos novos empreendedores durante o primeiro evento do Movimento Empreenda 2015, realizado na sede da Editora Globo, em São Paulo.
Neste ano, o manifesto do movimento levanta a bandeira da exportação, defendendo que os pequenos negócios brasileiros devem romper as barreiras geográficas e crescer globalmente. A Fogo de Chão é um bom exemplo. Sucesso entre os norte-americanos, a marca tem hoje 10 unidades no Brasil, 25 nos Estados Unidos e uma em Porto Rico. Em 2011, foi vendida para um grupo de investidores liderado pelo fundo GP Investimentos, em um negócio estimado em 200 milhões de dólares.
Depois da venda e um período de descanso, Coser sentiu que precisava voltar. “Viajei o mundo e fiz tudo que queria. Fiquei oito meses bem preguiçoso, acordando tarde. Ai começou a dar aquele comichão de ver o dinheiro no banco parado. Precisava fazer alguma coisa”, diz. Atualmente, o empresário comanda a AC Holding, que tem como principais negócios a churrascaria NB Steak e a rede de pizzarias Maremonti.
1. Cortar custos é vital
Em 1982, quando a Fogo de Chão começava a decolar, o país vivia um difícil momento econômico. “Foi um sufoco muito grande e um aprendizado. Todo mundo vê nossa trajetória e acha que foi rápida. Mas entre 1980 e 1990 só fizemos três lojas. Nós começamos esse negócio em um dos piores momentos. Mas, continuamos trabalhando, cortando custos e arrumando a casa. Nós tínhamos uma boa ideia e inovamos ao colocar em prática", afirma.
Segundo ele, quando compraram o primeiro restaurante, tinham 12 funcionários. “Nós éramos quatro sócios. Ficamos com mais quatro empregados. O que fizemos foi tirar tudo, deixar mais leve, sem custos”, diz.
2. Empreendedor não anda sozinho
Equipe é a palavra-chave para o sucesso, na opinião do empresário. “Não basta dinheiro. É preciso conhecimento e pessoas para dar certo”, diz. Quando vendeu a Fogo de Chão, Coser chegou a manter funcionários pagando salários até abrir um novo negócio. “Quando um empreendedor tem uma empresa, tem que cuidar de gente”, diz.
Segundo ele, estar presente e ouvir as pessoas são atitudes essenciais. “Sou bem presente, falo com os gerentes e faço check-list nos restaurantes. Sempre que posso fico circulando nas lojas”, diz.
3. Faça o que gosta
Apesar de ter negócios em outros ramos, a gastronomia é a grande paixão de Coser. Sua dica para empreendedores é fazer o que ama. “Tem que gostar do que faz e já ter testado o negócio. Precisa ter alguma afinidade. Se nunca trabalhou com o que deseja, vai trabalhar de graça para aprender um pouco”, diz.
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