O número de pequenos negócios – com faturamento anual até R$ 3,6 milhões – no comércio varejista de artigos usados cresceu 210% nos últimos cinco anos no Brasil. Com esse resultado, o número de micro e pequenas empresas passou de 3.691 para 11.469, entre 2007 e 2012. Hoje, essas empresas representam 95% de todo o segmento especializado na venda de artigos como roupas, acessórios, móveis, utensílios domésticos e eletrodomésticos.
Nesse segmento, ganham destaque os brechós que estão se aproveitando de uma mudança cultural dos consumidores brasileiros que, aos poucos, estão abandonando o preconceito de comprar roupas usadas. O crescimento dos brechós nas cidades brasileiras atraiu a atenção do Sebrae. A instituição está realizando, ao longo do ano, o Fórum de Debates sobre o Mercado de Brechós em quatro capitais brasileiras para acompanhar mais de perto as tendências e mudanças nesse segmento. Os encontros já aconteceram em São Paulo, Belo Horizonte e o Rio de Janeiro receberá o fórum nesta quinta-feira (29). O evento também acontece em Brasília no dia 18 de setembro.
Um levantamento recente feito pelo Sebrae em sites de busca e no Facebook indicou a existência de cerca de 500 brechós nas quatro capitais que estão recebendo o Fórum de Debates, cujo objetivo é reunir empresários e especialistas para debater desafios e oportunidades desse setor, levantar suas principais necessidades e subsidiar as ações do Sebrae para apoiar o desenvolvimento e fortalecimento dos pequenos negócios desse nicho. O Fórum também é uma oportunidade para o Sebrae conhecer melhor o mercado. Por isso, durante os eventos, a instituição fará uma pesquisa com os empresários para saber, por exemplo, se eles estão satisfeitos com os resultados financeiros dos empreendimentos, se eles pretendem expandir a empresa, se conhecem os concorrentes, como se diferenciam das demais lojas e como definem o preço do produto.
Por não representar um mercado de risco – já que a concorrência ainda é pequena, o público é bem diversificado e o investimento inicial é relativamente baixo – os brechós surgem como boa oportunidade de negócio para empreendedores que desejam abrir uma empresa. Enquanto existem cerca de 700 mil pequenos negócios de vestuário e acessórios no Brasil, o número é menor que 12 mil estabelecimentos no comércio de usados.
No brechó, o empresário pode comercializar peças seminovas, usadas de segunda mão ou peças antigas e de boa qualidade. A empresa ainda tem a opção de se especializar em um determinado segmento de mercado e vender roupas sofisticadas, de grife, fashion, exóticas, produtos de época, antiguidades, multimarcas, ou sapatos e acessórios. Por isso, os brechós atendem a um público variado que vai desde fashionistas em busca de produtos exclusivos até pessoas que procuram peças mais baratas.
Conhecer bem o seu público, saber comprar, apresentar o produto da maneira correta, além de fazer a gestão básica do negócio são dicas do Sebrae para garantir o sucesso do empreendimento.
Acontece que muitas empresas iniciam suas atividades de modo informal, seja nas redes sociais ou na garagem de casa, e vão aos poucos se formalizando e profissionalizando. E, como em qualquer segmento, os empresários de brechós precisam estar atualizados em relação aos movimentos de mercado para se tornarem competitivos. Conhecer bem o seu público, saber comprar, apresentar o produto da maneira correta, além de fazer a gestão básica do negócio (o que inclui controle financeiro, gestão de estoques, gestão de pessoas e relacionamento com o cliente) são dicas do Sebrae para garantir o sucesso do empreendimento.
Histórias como a de Kim Courbet que, há um ano, reuniu, juntamente com dois amigos, peças usadas dos guarda-roupas e fez um bazar de fim de semana na Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro. O evento fez tanto sucesso que eles, profissionais ligados à moda, decidiram abrir um brechó. Até dezembro do ano passado, o Belchior Brechó funcionava de maneira itinerante, uma vez por mês em diferentes locais da capital fluminense. Agora, o brechó funciona em uma garagem no Humaitá ainda apenas aos finais de semana. “Ainda não abrimos todo dia, mas ficamos cheios sábado e domingo. Vendemos roupas, calçados e acessórios usados, masculinos e femininos, e temos tido uma excelente aceitação do mercado. Estamos procurando outro lugar para alugar e abrir todo dia”, conta.
Fonte: Sebrae
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