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Empreendedorismo

Dupla brasileira fatura R$ 6 milhões com picolés mexicanos

23/01/2014

Quando pensaram em abrir seu primeiro negócio, Gean Chu, de Curitiba, e Gilberto Verona, de Dionísio Cerqueira (SC), ambos 24 anos, acharam que seguiriam para o mercado de tecnologia, já que ambos se conheceram fazendo faculdade de engenharia da computação. Antes de começar, porém, a dupla resolveu fazer uma pesquisa maior em diferentes mercados.

A investigação revelou uma surpresa: em vez de apostar em aplicativos ou sistemas, o melhor seria investir em no setor de sorvetes, que tem um consumo alto em Curitiba, a capital do Paraná.  “Ao longo dos últimos 10 anos o mercado de sorvetes em geral cresceu constantemente, abrindo diversas oportunidades de exploração de produtos de luxo”, diz Chu.

Apesar das oportunidades, os empreendedores tinham uma dúvida: como se diferenciar? Os dois foram atrás de modelos e se familiarizam com um tipo de picolé mexicano que já se difundia na cidade por meio de lojas pequenas e artesanais: a paleta. Ela traz um formato mais avantajado do que um picolé comum e diferentes recheios de frutas.

Para se tornarem verdadeiros “paleteros”, os dois empreendedores, em 2012, fizeram uma viagem pelo país para descobrir os segredos desse sorvete. Gostaram do que viram e, ao voltar ao Brasil, contrataram uma agência para cuidar da identidade visual da marca. Em dezembro do mesmo ano, eles abriram a primeira unidade da “Los Paleteros”, em Balneário Camboriú, cidade de Santa Catarina.

Os dois captaram cerca de R$ 700 mil de um investidor anjo, parente da família de Verona, para montar a primeira fábrica piloto e a loja. Logo no começo enfrentaram os primeiros percalços. “Nós sempre apostamos em ingredientes naturais, frutas frescas e isso tudo acabou danificando algumas das máquinas, que não previam esses tipos matérias-primas”, diz Chu. A dupla, porém, não desistiu do conceito de paletas de qualidade e 100% naturais.  Fizeram consertos e acertos e a marca começou a se tornar conhecida.

Em 2013, veio a oportunidade de abrir a primeira franquia, em Curitiba. A iniciativa deu certo. Tanto que até o final deste mês, serão 17 novas lojas abertas em seis estados diferentes, sendo duas lojas próprias e 15 franquias. Para abastecer todas elas, a dupla conseguiu um apoio do governo do Paraná por meio do programa Paraná Competitivo, para construir uma fábrica de 4.500 m² na cidade de Barracão, com investimento de cerca de R$ 10 milhões.

Atualmente, tudo é centralizado na fábrica com a ajuda de uma frota de quatro caminhões, que despacham cerca de 15 mil paletas por dia. Mas Chu afirma que eles não descartam a possibilidade de criar centros de distribuição em outras regiões e esperam fechar o primeiro contrato até o final do próximo mês.

“Não queremos ser como as redes de frozen yogurt”
A expansão da Los Paleteros vem sendo cuidadosamente estudada. Chu afirma que eles receberam mais de mil pedidos de franquias. Mas, antes de sair por aí distribuindo unidades, os empreendedores fizeram uma pesquisa para saber quais cidades e regiões deveriam ser prioridades e partiram para a escolha nos novos franqueados. “Não queremos espalhar muito nosso produto tão rápido, ficar algo como as redes de frozen yogurt, que são todas iguais”, diz.

A previsão é de um crescimento de 40 a 60 novas unidades em território nacional no ano de 2014. E a Los Paleteros já recebeu convites para internacionalização em países como Argentina, Chile, Espanha, Alemanha, Austrália e Estados Unidos, com quem as negociações com um grupo de empresários brasileiros já está mais avançada.

Segundo a dupla, uma unidade da rede fatura em média R$ 120 mil por mês – por conta desse resultado, a rede Los Paleteros conseguiu faturar R$ 6 milhões em 2013. Nesse pouco tempo de empresa, Chu e Verona aprenderam algumas lições que fazem parte do sucesso da rede – e também das suas paletas. “Nós sempre corremos atrás de profissionais competentes para nos ajudar em áreas que não temos experiência”, afirma Chu. “E também nunca abrimos mão da qualidade do nosso produto que nos diferencia dos concorrentes. É isso que faz uma empresa realmente sobreviver.”

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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