Depois de gastar tempo e dinheiro para lançar um site para o mercado financeiro, que não teve sucesso, Thiago Ghilardi analisou todo o processo, percebeu onde falhou e detectou uma oportunidade de negócio. “Se eu tivesse feito uma pesquisa de mercado e testado meu sistema com clientes ocultos, teria recebido feedback para aperfeiçoá-lo e entenderia melhor as necessidades dos meus usuários”, conta o empreendedor. “Fui teimoso, não escutei meu público-alvo e fiquei muito decepcionado.”
A partir dessa experiência, Ghilardi começou a ver que o mesmo acontecia com muitos empreendedores, que acreditam em seu instinto, mas acabam não escutando seus potenciais clientes. “Criei o Testaisso para resolver esse problema”, afirma o empreendedor, que investiu R$ 10 mil em divulgação, TI e abertura de empresa. “Como sou programador, o custo de desenvolvimento foi praticamente zero”, diz.
Fundada em janeiro de 2013, a startup levou o “cliente oculto”, já bastante conhecido do varejo tradicional, para o comércio eletrônico. “A ideia é ajudar o empreendedor a descobrir, através de vídeo e questionário, como o cliente interage com o produto e por que abandona o site sem comprar nada”, afirma Ghilardi.
Ao navegar em uma loja virtual ou aplicativo, o cliente oculto avalia elementos como usabilidade, links quebrados, conteúdo textual, qualidade de imagens e produtos, atendimento, experiência de compras, percepção da marca, erros funcionais e ortográficos e credibilidade do site.
Ghilardi explica como funciona. Os clientes ocultos cumprem as tarefas pedidas – como “vá até nosso site e compre um presente para um amigo” - e são gravados durante o processo. O profissional contratado irá “pensar em voz alta” tudo o que estiver achando do site e assim vai levantar questionamentos como “qual é o material dessa camisa?”, “o site não transmite segurança”, “que letra pequena”, “cadê o botão para finalizar a compra?”.
Hoje, a Testaisso trabalha com mais de 5 mil clientes ocultos e atende cerca de 130 empresas. A meta é encerrar 2014 com pelos menos 200 clientes. Sobre o faturamento, Ghilardi diz: “prefiro não revelar, mas a empresa já alcançou rentabilidade.”
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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