Em 2006, o venezuelano Andrés Moreno, 31 anos, largou a faculdade de engenharia e uma promissora empresa de idiomas para criar a Open English, escola de inglês virtual avaliada atualmente em US$ 380 milhões. Criada com apenas um protótipo simples e US$ 700 de capital de giro, a empresa reúne atualmente uma base de 100 mil usuários na América Latina.
A história de Moreno com os idiomas começou cedo. Filho de um diplomata, o empresário morou em nove países durante a sua infância. Mas a ideia de criar um negócio relacionado ao setor surgiu apenas no último ano da faculdade. "Percebi que não queria trabalhar com engenharia até o resto da minha vida." A primeira experiência do empreendedor na área foi a Optimal, empresa de aulas de inglês para executivos, que chegou conquistar clientes como Procter & Gamble, Sun Microsystems e Cargill. Em busca de um projeto mais ambicioso, ele vendeu a sua participação no negócio para abrir a Open English. "Queria aproveitar as tecnologias digitais para apostar em um modelo com mais escalabilidade.
O dinheiro da saída da Optimal foi o suficiente para o empreendedor criar o protótipo do que se tornaria a Open English. "Precisávamos de um aporte. Mas os olhos dos investidores não estavam voltados para a América Latina." Para vender a ideia, ele decidiu prospectar diretamente com os fundos do Vale do Silício. Com apenas US$ 700 no bolso, ele embarcou para São Francisco, ainda em 2006. As primeiras rodadas de investimento - cerca de US$ 2 milhões - aconteceram nos dois anos seguintes e permitiram a consolidação do negócio. Desde então, a popularidade da Open English cresceu proporcionalmente ao interesse dos investidores - entre 2009 e 2013, a empresa recebeu um total de US$ 120 milhões de fundos internacionais.
No Brasil
Presente no Brasil desde 2011, a empresa conta atualmente com 20 mil alunos no país. Sobre a particularidades do público macional, Moreno aponta a importância do atendimento ao consumidor. "Aprendemos com o usuário brasileiro a valorizar esse aspecto do negócio." Desse modo, para melhorar a experiência de aprendizado online, a Open English aposta na aproximação entre alunos e professores, mesmo que a distância. Com uma média de três alunos por aula, a plataforma conta somente com profissionais nativos no idioma. O foco na conversação é outro pilar da proposta de ensino startup. "A gramática é fundamental, mas se comunicar com clareza é muito mais importante para os alunos." A integração entre o digital e o mundo físico, por sua vez, é reforçada com ligações semanais para os usuários, nas quais colaboradores da empresa acompanham a evolução dos estudantes.
Investimento em publicidade
Depois de capitalizar a operação, a Open English opera fora da América Latina desde o ano passado. O país escolhido para iniciar a expansão pela Europa foi a Espanha. Para consolidar o crescimento nos mercados em que já atua, Moreno passou a investir em publicidade, especialmente nos comerciais de para a televisão. Baseadas em esquetes, as peças se tornaram bastante conhecidas, o que refeltiu na popularidade fanpage do próprio empreendedor, que depois participar dos anúncios em espanhol, conquistou 720 mil seguidores.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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