Leila Velez, CEO do Instituto Beleza Natural, está entre os jovens líderes globais eleitos pelo Fórum Econômico Mundial. A lista foi divulgada nesta terça-feira (11/03) com o nome de 214 pessoas de todo o mundo. Com menos de 40 anos, elas são reconhecidas por sua experiência em liderar e mudar a comunidade onde vivem. “É uma vitória importante da mulher, de classe mais baixa, negra, que tem pouca representatividade em postos de CEO nas empresas brasileiras e mundiais”, disse a empreendedora.
Além dela, outras três brasileiras estão na lista: Claudia Sender, CEO da TAM Linhas Aéreas, Tatiana Prazeres, conselheira da World Trade Organization, e Julia Bacha, diretora de premiados documentários sobre o conflito israelo-palestino. Não é de se estranhar que a lista com nomes do Brasil seja formada apenas por mulheres. Na seleção feita pelo Fórum, 109 líderes globais são do sexo feminino. “Hoje vemos uma maioria de meninas entrando nas universidades, mas são poucas as que conseguem chegar a postos de liderança nas empresas. Ver uma maioria de mulheres nesta lista é um grande passo”, disse Leila.
Para a CEO, sua nomeação é o reconhecimento de sua trajetória pessoal e da história do Instituto. “Estou muito honrada.” Pudera. Antes de se tornar presidente de uma empresa bem-sucedida, a carioca trabalhava atrás de um balcão do McDonald’s. Mesmo nessa época, 21 anos atrás, o perfil empreendedor já dava as caras. Quando sua amiga, Zica Assis, veio lhe contar sobre seu plano de abrir um salão oferecendo um método de alisamento de cabelos inovador, Leila teve a ideia de tornar o atendimento às clientes uma verdadeira produção industrial.
A inspiração veio da própria rede de fast food. Em cada unidade do McDonald’s, um mesmo pedido é preparado com o trabalho de várias pessoas (uma monta o hambúrguer, o outro enche o copo de refrigerante e por aí vai). Da mesma maneira, nos salões do Beleza Natural, cada etapa do tratamento dos cabelos fica sob a responsabilidade de uma cabeleireira especializada. Foi esse formato que fez a rede se tornar conhecida pela rapidez e eficiência.
Fora o atendimento diferente, o Instituto cresceu focando em um público que, até então, era ignorado pelas grandes redes de cabeleireiros: a classe média. Oferecendo um tratamento diferenciado a um preço acessível, a rede, ainda em seu comecinho, conseguiu conquistar a clientela tão almejada hoje pelas grandes empresas. Os números mais recentes da empresa comprovam o resultado positivo da decisão: o Beleza Natural faturou R$ 180 milhões em 2013 e, neste mesmo ano, vendeu 33% de suas ações para a GP Investimentos, por R$ 70 milhões.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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