Com a ajuda da mãe enfermeira, o empresário Rafael Barbisan Ferreira, 36, criou um banheiro portátil que pode ser usado por homens e mulheres. Ele espera vender 10 mil unidades do produto até o Carnaval para aliviar o aperto de foliões que, muitas vezes, têm que urinar na rua.
Batizado de papagaio viajante, o produto lembra o tradicional urinol usado em hospitais, também conhecido como papagaio, para homens, e comadre, para mulheres. Ele tem um bocal para ser posicionado no canal urinário e um saco para armazenar a urina. A capacidade varia de 500 ml a um litro e está à venda pela internet, por R$ 12 mais frete, e em algumas lojas de artigos médicos.
A B&B Plásticos, que produz o banheiro portátil e outros coletores nas versões feminina e masculina, foi criada em 2012, em Criciúma (SC), com investimento inicial de R$ 500 mil. Segundo Ferreira, são vendidas cerca de 7.000 peças por mês. Em 2013, foram 50 mil itens vendidos. A empresa não divulga faturamento.
"Vendemos para cadeirantes, grávidas e mães que compram para crianças usarem em viagens de carro, principalmente. Também estamos divulgando entre taxistas e caminhoneiros. Já atendemos hospitais e empresas de remoção de pacientes porque não há banheiro em ambulâncias", declara.
Para hospitais e serviços médicos, há duas versões diferentes do produto. O papagaio transparente tem capacidade de um litro e o saco que armazena a urina é transparente, o que permite ver se há sangue, por exemplo. Já o coletor 24 horas é usado por laboratórios de análises clínicas, em coletas para exames de urina.
Por conta da compra em grande quantidade, os preços são menores para hospitais e serviços médicos, custando, em média, R$ 5. Todos os produtos são feitos de plástico polietileno, podem ser lavados com água e sabão e reutilizados. Segundo Ferreira, o material não retém resíduos e não fica com mau cheiro, ao contrário do que ocorre com as comadres e papagaios de inox utilizados normalmente em hospitais, e dura cerca de seis meses.
Produto não deve ter grande adesão do público, dizem consultores
Para Dalton Viesti, professor do curso de administração da Trevisan Escola de Negócios, a ideia é original e curiosa, mas não deve ter adesão muito grande do público.
"O maior potencial de vendas está em serviços médicos. É um produto para situações muito específicas, não acredito que muitas pessoas vão andar com um item deste tipo na bolsa. Além disso, para que os clientes queiram comprá-lo, eles precisam saber que existe. O empresário tem de investir em ações promocionais", diz.
O professor afirma que divulgação em eventos com grande fluxo de pessoas, como shows, ou próxima a potenciais consumidores, como caminhoneiros, pode ajudar o produto a ganhar mercado. Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo), diz que também não consegue ver o produto massificado, pois ele não resolve a questão do constrangimento de urinar em público, mas que há outros mercados possíveis.
"A população brasileira idosa está crescendo, assim como os cuidados em casa com ela. O produto pode ter apelo junto a este segmento", declara.
Fonte: Uol
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