A dificuldade para encontrar sites que vendessem roupas para bebês e o interesse por artigos de grife motivaram os empresários Mariana Guazzelli, 38, e Renato Pereira, 41, a criar a empresa Bebê Boutique para comercializar peças de marcas como Levi's, Nike, Polo Ralph Lauren, Puma e Tommy Hilfiger.
O site oferece roupas de grife e acessórios para crianças de 0 a 8 anos. De acordo com Pereira, são vendidas, aproximadamente, mil peças por mês ao custo médio de R$ 270. Somente no ano passado, a empresa faturou R$ 3 milhões, segundo os sócios, valor 50% acima da receita de 2012 (R$ 2 milhões).
"Nos últimos meses, notamos uma elevação no valor médio das compras e esperamos crescer 60% este ano", diz Pereira. A empresa fica em um espaço alugado de 250 metros quadrados, em São Paulo (SP), e tem 15 funcionários.
O site, segundo o empresário, oferece 3.000 produtos diferentes de 30 marcas nacionais e internacionais. Além das roupas, são vendidos calçados, brinquedos, babadores e artigos para bebês, como mamadeiras, chupetas, banheiras e carrinhos.
Os preços variam de R$ 9,50, para um par de meias soquete para bebês, a R$ 499,90, para uma bicicleta de alumínio sem pedais. As entregas são feitas via correio e é cobrado frete que vai de R$ 15 a R$ 20, dependendo do local, segundo os empresários.
Ideia de negócio surgiu quando empresária engravidou
A Bebê Boutique foi criada há seis anos, quando Guazzelli ficou grávida pela primeira vez. Na época, ela procurou por sites que vendessem produtos para o enxoval do bebê, mas teve dificuldade em encontrar o que queria. "Não tinha tempo de ir a lojas físicas e, quando percebi que havia pouco site especializado, enxerguei uma oportunidade", diz.
A empresária usou a sua própria experiência como designer para criar o site da empresa. A maior parte do investimento inicial do negócio, de R$ 50 mil, foi para comprar mercadorias.
Crianças crescem e mudam de numeração com rapidez
Para o diretor do curso de pós-graduação em moda da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), Amnon Armoni, a empresa soube aproveitar um nicho de mercado. No entanto, o preço elevado das roupas infantis pode ser um limitador para o negócio.
O principal motivo é que as crianças crescem e mudam rapidamente a numeração de suas roupas, segundo ele. Armoni diz que são poucas as pessoas que aceitam pagar um preço mais caro por uma peça que será usada durante poucos meses.
"Os maiores concorrentes deste negócio são as lojas de departamento que, apesar de focarem o negócio nas classes mais baixas, têm produtos infantis que atendem às necessidades do público com maior poder de compra", afirma.
Compras no exterior prejudicam empresários
Os brasileiros estão viajando mais e comprando muito no exterior, segundo o professor. Ele diz que é frequente pais viajarem e aproveitarem para comprar todo o enxoval do bebê lá fora. "Quem viaja pode comprar as roupas de luxo em outros países porque sabem que vão encontrar preços mais baixos por lá", declara.
De olho principalmente nos pais que vão a Miami, nos Estados Unidos, para comprar o enxoval dos filhos, um grupo de empresários do segmento infantil criou a Rede Bebê Brasil.
A associação conta com 35 lojistas de 15 Estados que pretendem reduzir os preços das mercadorias e oferecer atendimento especializado aos clientes, segundo o presidente do grupo e dono da loja Mamy Baby, em Vitória (ES), Antonio Carlos Viégas.
"Sabemos que é impossível chegar aos preços de Miami devido à carga tributária brasileira. Mas, ao comprarmos mercadorias em grupo, conseguimos negociar maiores descontos com fornecedores. Posteriormente, queremos fazer a importação direta de alguns produtos e reduzir ainda mais o custo para o consumidor", afirma.
Quanto ao atendimento, Viégas diz que os funcionários das lojas da rede passarão por treinamento com o intuito de padronizar a relação com o consumidor. "O treinamento será focado em oferecer suporte ao cliente e dar a atenção que ele não tem lá fora antes, durante e depois da compra."
Fonte: Uol
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