A moda dos sucos detox, que prometem desintoxicar o organismo, motivou três amigas, a designer Bianca Franchini, 33, a médica Juliana Henrique, 33, e a fotógrafa Isabela Ferrantte, 30, a investirem na Uuulalá, empresa que faz seis versões diferentes da bebida, para vender, principalmente, para as classes A/B.
A companhia foi aberta em dezembro de 2012, em São Bernardo do Campo (19 km a sudeste de São Paulo), com investimento de R$ 140 mil. No ano passado, a Uuulalá faturou R$ 2 milhões, segundo Franchini. "Esperamos dobrar este faturamento até o fim de 2015", afirma a empresária.
Os preços variam de R$ 15,50 a R$ 18,50 a garrafa de 500 ml. As empresárias não mantêm lojas próprias. Os produtos são vendidos em estabelecimentos que comercializam produtos saudáveis, por telefone ou pela internet. A taxa de entrega é de R$ 25.
Ao todo, quatro lojas na cidade de São Paulo, uma em Santo André (24 km ao sul de São Paulo) e uma em São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo) vendem os sucos atualmente.
As entregas, por enquanto, são feitas apenas na capital paulista, em Osasco (22 km a leste de São Paulo), em Cotia (31 km a oeste de São Paulo), em Alphaville (bairro de Barueri, que fica a 30 km a oeste de São Paulo) e em Vitória (ES).
De acordo com Franchini, as mulheres das classes A e B são as principais clientes, embora as compras para homens estejam crescendo. "As vendas por telefone e internet correspondem a 60% do total. As entregas são feitas por motoboy", diz Franchini.
Os sabores mais vendidos, segundo Franchini, são o Super Verde, que leva couve, pepino, salsão, gengibre e limão; seguido do Abacachic, que contém abacaxi e chá verde; e o Berrymix, com amora, mirtilo e morango.
"As receitas foram criadas por um chef de cozinha junto com uma nutricionista, mas eu e as outras sócias também testamos ingredientes e demos palpites para deixá-los mais gostosos", diz a designer.
Aumentar o ânimo, melhorar a digestão e retardar o envelhecimento são alguns dos benefícios prometidos pelas bebidas. "Eu e minhas sócias gostamos de nos alimentar bem, somos ligadas em saúde, mas sem exageros. Nossa proposta é levar um pouco mais de bem-estar ao dia a dia das pessoas", declara.
Segundo Franchini, as metas da empresa são aumentar a oferta de sabores e expandir as vendas para outras regiões. As próximas cidades a serem atendidas devem ser Rio de Janeiro, Brasília e Campo Grande.
Sucos têm prazo de validade curto, o que dificulta a distribuição
Por não terem adição de produtos químicos, os sucos são altamente perecíveis, segundo Franchini. O prazo de validade é de três dias, por isso, as vendas são feitas com a bebida congelada. Nesta condição, os sucos duram até 60 dias, segundo as empresárias.
De acordo com Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), todos os processos da empresa têm de ser acompanhados de perto para evitar o desperdício.
"Por ser um produto muito perecível, a empresa tem de trabalhar com prazos muito justos. É necessária muita atenção ao processamento, armazenamento e entrega, para não ter perdas. Elas precisam ter algum estoque para não perder vendas, mas sem excesso para que o produto não estrague", diz.
Segundo ele, o mercado de produtos saudáveis tem grande potencial, pois é cada vez maior a procura das pessoas por mais saúde e bem-estar. No entanto, ele diz que a empresa tem de crescer devagar para não perder sua característica essencial, que é um produto 100% natural.
"A proposta da empresa é muito clara: oferecer um produto saudável e sem conservantes. Portanto, ela não pode abrir mão disso. Se adicionar algum produto químico para que o produto dure mais e possa ser vendido para outros locais, a empresa quebra a sua promessa e perde clientes."
Para Sinelli, a estratégia da empresa, de focar a comercialização por meio da entrega em domicílio, é positiva. No entanto, caso ela queira expandir o negócio, deve priorizar o varejo e buscar novas parcerias para comercializar seus produtos. "Com o crescimento a entrega personalizada torna-se inviável e pode comprometer o negócio."
Fonte: Uol
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