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Empreendedorismo

Empresário mineiro que já foi mendigo em NY vira famoso designer de bolsas

23/10/2013

O mineiro Roberto Vascon, 52, fez fama como designer de bolsas em Nova York. Ele diz já ter vendido para famosas como Madonna, Cindy Lauper, Oprah Winfrey e Aretha Franklin, e que chegou a ter sete lojas na cidade norte-americana, com faturamento de US$ 1 milhão (R$ 2,17 milhões) por mês.

Hoje, está estabelecido em Belo Horizonte (MG), onde mantém uma fábrica com sete funcionários e uma produção de 300 a 600 bolsas de couro por mês, feitas artesanalmente. O faturamento médio mensal varia de R$ 200 mil a R$ 300 mil.

Ideia de fazer bolsas surgiu em sonho
Tudo começou em 1988, quando decidiu ir para os Estados Unidos aprender inglês. Vascon conta que, sem dinheiro para pagar um quarto, chegou a dormir por quatro meses num banco do Central Park.

Ele diz que, quando já estava cansado das dificuldades e decidido a juntar dinheiro para voltar ao Brasil, teve um sonho em que pássaros se transformavam em bolsas. Resolveu pegar US$ 90 (R$ 195,48) que tinha recebidos por três dias de trabalho num restaurante, e investiu em couro, linhas e agulhas, para confeccionar 12 bolsas.

"Uma jornalista do jornal 'The New York Times' gostou das peças, que foram expostas no Central Park. A essa época eu já conseguia me comunicar em inglês e, depois de conhecer minha história, ela se ofereceu para me ajudar a vendê-las na redação", diz Vascon.

Em um dia, todas as peças foram vendidas, por US$ 200 cada, quatro vezes mais do que ele pretendia cobrar. Ele se comprometeu a reinvestir o dinheiro na produção de mais bolsas, e o "New York Times" publicou uma matéria sobre sua história, chamando-o de "mágico do couro".

Ele passou a vender seus produtos numa feirinha da cidade e a atrair multidões de interessados por causa da fama instantânea obtida com a reportagem. Não demorou para que montasse lojas próprias, e faturasse alto.

Empresário largou tudo para viajar pelo mundo
"Eu dirigia uma Lamborghini, vivia no luxo, mas queria adquirir cultura. Resolvi largar tudo para viajar pelo mundo. Em cinco anos, visitei 128 países, fiz obras sociais e ajudei muitas pessoas. Gastei todo o dinheiro que tinha, sem arrependimentos", declara.

Ao fim desta jornada, iniciada em 1993, ele voltou a Nova York, procurou os antigos amigos e recomeçou do zero. Porém, a crise na economia americana, em 2008, e a idade avançada de sua mãe, que vivia no Brasil, o motivaram a deixar os Estados Unidos e voltar para a terra natal.

De volta ao Brasil, com loja de fábrica, palestras e livro
Ele investiu US$ 200 mil (cerca de R$ 433,84 mil) para começar o negócio em Belo Horizonte.

Os produtos são vendidos na loja de fábrica para revendedores pessoa física e jurídica. Os preços no atacado variam de R$ 180 a R$ 500 e, no varejo, de R$ 390 a R$ 400. As bolsas também estão à venda no sit.

Vascon diz que cada produto é único, e que, apesar de os modelos se repetirem, as cores nunca são iguais. Além de bolsas, ele também produz carteiras e nécessair.

O empresário afirma que sua experiência de vida permite que ele ganhe dinheiro também como palestrante. Suas palestras motivacionais para funcionários de empresas custam R$ 15 mil.

Ele também publicou uma biografia, escrita por Elias Awad, chamada "Nas asas de um sonho – Uma história que muda vidas e motiva pessoas" (Editora Novo Século; preço sugerido: R$ 39,90).

Acompanhar a exposição do produto garante valor de marca
Segundo o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Marcelo Sinelli, os empreendedores, de maneira geral, tendem a achar que quanto mais vendas, melhor. No entanto, é possível lucrar vendendo pouco, mas tendo boa margem de lucro, se for um produto mais sofisticado.

Ele diz que, para que o caráter exclusivo permaneça, é importante que o empreendedor faça a gestão da sua marca no ponto de venda, inclusive em lojas revendedoras.

"Se ele não acompanhar onde e como o produto é exposto, corre o risco de perder valor no mercado se a exposição for inadequada. Isso traz reflexos lentamente para o negócio e, quando ele perceber, já pode ser tarde demais", afirma.

Outra recomendação para elevar o valorizar a marca, de acordo com o consultor, é a criação de uma loja conceito, que reflita os valores da empresa e dos produtos.

Fonte: Uol

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