Os empreendedores Marlon Souza e Jean Carlos Gonçalves, ambos de 40 anos, se conhecem desde os tempos de escola, em Blumenau, Santa Catarina. Depois de terminar os estudos, os dois seguiram caminhos diferentes, mas ambos empreenderam: Souza fundou uma empresa de aplicativos e soluções digitais interativas, enquanto Gonçalves abriu uma fábrica de brinquedos educativos.
Os caminhos dos dois voltaram a se cruzar em 2012, quando eles identificaram uma oportunidade para um novo negócio. Criaram a PlayTable, uma mesa interativa com jogos para educação e entretenimento. Com isso, uniram a experiência de Gonçalves em brinquedos com a de Souza em tecnologia. Ao definir o projeto, os empreendedores decidiram ampliar o foco de uso do produto que estavam desenvolvendo, sem se restringir às escolas. “Diversos espaços públicos e estabelecimentos comerciais não tinham nenhum tipo de atração para crianças”, afirma Souza. “Elas geralmente usavam os tablets dos pais para brincar.”
Ao tomar a decisão de ampliar o alcance, Gonçalves e Souza aumentaram a lista de potenciais clientes da empresa: além das escolas, entraram restaurantes, hospitais, lojas de roupas e concessionárias, entre outros. Todos se tornaram clientes potenciais.
Com um investimento inicial de cerca de R$ 1 milhão e a ajuda das equipes das duas empresas, os empreendedores criaram os protótipos iniciais.
Como a PlayTable está em um mercado que agrega tecnologia e educação, os empreendedores investiram pesado em testes. Para conquistar os primeiros clientes, contaram com revendedores para fazer pré-vendas, o que reduziria as chances de fracasso do produto. Eles não se decepcionaram: foram mil unidades vendidas no mês de lançamento. Cada mesa interativa custa aproximadamente entre R$ 6 mil e R$ 8 mil.
Com o aval do produto no mercado foi possível formar um time apenas para a PlayTable, com oito pessoas. Uma das etapas de produção está sendo feita por empresas terceirizadas. O plano é vender 5 mil unidades até o fim do ano. “Queremos uma base grande de clientes para gerar uma demanda maior por games, que renovarão constantemente nosso produto”, afirma Souza. A empresa também já recebeu convites de representantes de países da Europa e da África.
Malabarismo de empresa
O fato de terem se unido depois de abrir empresas diferentes ajudou nos primeiros passos da PlayTable. A familiaridade com o mundo do empreendedorismo e o conhecimento para superar as questões burocráticas e tributárias foram essenciais. “A experiência das nossas empresas nos ajudou a baratear o custo das mesas e a não recorrer a empréstimos. Tudo foi feito com capital próprio”, diz Gonçalves.
O desafio continua, agora que os dois são pais de duas empresas cada um: como separar a fronteira entre os negócios e a atenção dada a cada um? Souza diz que por enquanto estão tendo sucesso na divisão do tempo entre as empresas, apoiando-se na experiência de pessoas de confiança para ajudar a manter tudo no ritmo adequado.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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