Preparar apresentações para reuniões e convenções de empresas é o negócio da Pontoppt e da MonkeyBusiness, ambas de São Paulo (SP). A primeira faturou R$ 2,7 milhões em 2013 e, a segunda, R$ 2,5 milhões no mesmo período.
A ideia de criar a Pontoppt surgiu em 2007, quando o publicitário Gustavo Mascitto, 41, percebeu que poderia lucrar com as apresentações que fazia de graça para os amigos. Ele diz que o investimento inicial para o negócio foi praticamente zero.
"Eu percebi que as pessoas passam 50% do tempo planejando e definindo o conteúdo da apresentação e os outros 50% colocando o material no software. É muito tempo perdido em uma função que não é a principal daquele profissional, então, vale a pena terceirizar a tarefa", declara.
A MonkeyBusiness foi criada em 2009 por Roger Oliveira, 32, que é administrador, Marco Franzolim, 32, publicitário, e Alexandre Franzolim, 29, designer. Quem identificou a oportunidade de negócio foi Marco, graças a sua experiência em agências de publicidade.
Oliveira não sabe dizer exatamente qual foi o investimento inicial para o negócio, mas afirma que foi baixo. "Essa é uma das dificuldades do mercado, porque qualquer designer pode abrir uma agência semelhante", declara.
Segundo os empresários, grandes companhias estão dispostas a pagar pela preparação desses trabalhos. Um dos motivos é que uma boa apresentação pode determinar o sucesso de uma reunião e, consequentemente, o fechamento de um negócio.
"Elas entendem que se trata de uma ferramenta de comunicação e precisa ser feita com a mesma qualidade de uma propaganda. Uma apresentação bem feita, bonita e objetiva passa credibilidade à ideia que se quer vender", diz Mascitto.
O trabalho dessas empresas vai desde deixar bonita uma apresentação que o cliente já tem pronta até o desenvolvimento do conteúdo e da identidade visual em parceria com o cliente. As empresas também oferecem treinamento para quem vai fazer a apresentação diante do público.
Os preços podem variar de R$ 5.000 a R$ 50 mil, segundo Oliveira, mas o valor médio dos trabalhos é de R$ 10 mil. A Pontoppt produz de 20 a 30 apresentações por mês e a MonkeyBusiness de 22 a 25. Entre os clientes, há empresas de alimentação, farmacêuticas, do mercado financeiro e de entretenimento.
As principais apresentações feitas, de acordo com os empresários, são institucionais, que contam a história e a cultura das empresas contratantes; de apresentação de resultados e metas em convenções; e de treinamento para equipes de vendas.
Empresas despreparadas frustam clientes
Para Fernando Palacios, professor de storytelling (disciplina que trata sobre narrativa e roteiro) da ESPM, as empresas que desejam atuar no setor precisam, de fato, dominar a técnica de criar uma apresentação.
"Da mesma forma que escrever dezenas de e-mails diariamente não torna uma pessoa um profissional da escrita, elaborar uma série de apresentações não significa dominar o assunto. Existe uma gama de técnicas que precisam ser dominadas, desde a estruturação de um roteiro bem encadeado até o design visual", diz Palacios.
Segundo o professor, recentemente, houve uma multiplicação de empresas despreparadas, sem conhecimento técnico, mas que estavam ganhando mercado por oferecer o serviço mais barato. No entanto, ele afirma que elas foram sumindo na mesma proporção que apareceram.
"Os clientes perceberam que o resultado não era o mesmo, foram ficando frustados e voltaram a solicitar o serviço para as empresas mais conhecidas", diz.
Outro risco do setor, de acordo com o professor, é a promessa de entregar especialidades que estão fora do escopo e da capacidade. "Muitas empresas especializadas em fazer apresentações passaram a ofertar serviços de gestão de marcas e de publicidade. Em muitos desses casos elas frustraram clientes. O melhor é focar na sua especialização", diz.
Fonte: Uol
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