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Empreendedorismo

Empresas usam onda fitness para vender congelados sem glúten, lactose e sal

27/03/2014

Foi durante o período em que ia à academia para aprimorar a forma física que o empresário Eduardo Dimand, 31, percebeu uma oportunidade de negócio. Para solucionar a dificuldade que tinha em encontrar e preparar os alimentos sugeridos por nutricionistas para sua dieta, o ex-fisiculturista resolveu criar a Pronto Light e produzir e vender comida saudável congelada.

Atualmente, Dimand trabalha com um cardápio com cerca de 60 itens entre arroz e massas integrais, carnes grelhadas, legumes e bebidas naturais na empresa que formalizou em 2009, em São Paulo (SP).

Outro que investiu no segmento de comida saudável congelada foi o empresário José Eduardo Borrelli, 39, sócio da Smartfoods. A empresa produz refeições à base de frango, peixe e legumes temperadas sem sal.

O negócio começou a funcionar em janeiro de 2014. Os pratos são vendidos em lanchonetes de academias e em lojas de produtos naturais.

Ex-fisiculturista vende refeições sem glúten e lactose
Todos os pratos da Pronto Light são preparados com pouco sal. Há, também, opção de comida sem glúten e sem lactose. Entre elas macarrão integral, purês de batata e mandioquinha.

Os preços variam de R$ 3, para uma porção de 100 g de legumes, até R$ 580, para um kit de alimentação completa por dez dias. O kit completo inclui porções de arroz integral, filés de frango e de peixe, porções de legumes, sanduíches naturais e sopas.

A  Pronto Light vende as refeições congeladas pela internet. Segundo Dimand, o valor médio das vendas é de R$ 15 a R$ 20. "No site, o cliente pode personalizar o pedido e escolher a quantidade de cada item, conforme o recomendado pelo nutricionista dele. Cada produto é entregue em um pacote separada e embalada a vácuo", diz.

O empresário diz que o pontapé inicial do negócio foi três anos antes da formalização, quando ele praticava fisiculturismo. Na época, ele preparava as refeições em casa e vendia aos colegas de academia que tinham a mesma dificuldade em encontrar pratos saudáveis no mercado.

De acordo com Dimand, a empresa só tomou forma após a entrada dos sócios Fernando Negrão, educador físico, e Pedro Pandolpho, administrador. O trio investiu R$ 100 mil em equipamentos e montou uma cozinha profissional.

Por enquanto, a empresa só atende a Grande São Paulo. O prazo de entrega é de dois dias úteis, de acordo com o empresário.

"Nossos pratos fazem parte de uma dieta que o cliente provavelmente vai seguir por um certo tempo. Por isso, a compra tem de ser programada. Não é como um delivery de pizza, que você pede porque está com vontade de comer naquele momento", declara.

Empresa produz pratos e temperos sem sal
A Smartfoods começou a funcionar em janeiro de 2014. Ao todo, 40 pontos de venda comercializam suas refeições. Os preços variam de R$ 13 a R$ 27, dependendo do prato. "Em quase três meses no mercado, já faturamos R$ 100 mil", afirma.

Além de vender os pratos congelados, a empresa também produz uma linha com cinco temperos sem sal. O produto é feito com ervas, condimentos e pimenta. As embalagens têm entre 50 g e 75 g e custam de R$ 25 a R$ 27.

"Queremos oferecer um produto saudável que ajude a combater males que o sal pode causar no organismo", declara. Para abrir o negócio, o empresário diz ter se associado a uma empresa de congelados que já atuava no mercado. Ainda assim, foi necessário investir R$ 300 mil no desenvolvimento de receitas, matéria-prima, embalagem e marketing.

Mercado está em alta, mas consumidor é resistente
De acordo com a coordenadora do MBA em varejo da FIA (Fundação Instituto de Administração), Flávia Ghisi Nielsen, o segmento de comida saudável congelada está em alta devido à falta de tempo para se cozinhar nas grandes cidades e à maior presença da mulher no mercado de trabalho.

No entanto, Nielsen diz que ainda há uma parcela de consumidores resistentes à comida congelada. "Para muitos, preparar a refeição em casa sempre será mais saboroso e saudável do que a comida congelada. O desafio dessas empresas é tornar a qualidade do produto tão boa quanto a do alimento fresco preparado na hora."

A coordenadora do MBA da FIA afirma, ainda, que o transporte da comida congelada merece atenção especial. "É preciso equipamentos de refrigeração para que a temperatura se mantenha baixa durante o transporte e não prejudique a qualidade e validade do alimento."

Fonte: Uol

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