A ousadia para manobras radicais tem tudo a ver com o empreendedorismo. O ex-vendedor de artigos esportivos para skate Murilo Reis da Fontoura sabe disso. O jovem de 26 anos do bairro Harmonia prepara a festa de lançamento de uma marca própria de roupas. Até aprendeu a costurar.
Não se engane. A barba cheia, as tatuagens e o jeitão descolado não contrariam nenhuma orientação repassada por qualquer empresário experiente. Afinal, não basta colocar terno e gravata e montar um negócio. É preciso conhecer o seu produto e ter empatia com o cliente. “O ramo requer um atendimento informal, saber falar com a gurizadinha e andar de skate”, destaca Fontoura. O mercado dos radicais se fortaleceu e ser do ramo ajuda a visualizar as transformações mais rápido. “Com o crescimento da renda, a gurizadinha já tem acesso a materiais mais caros que antes.”
Zopa, o nome da marca, é uma homenagem ao avô dele, falecido em 2003. “É o apelido do vô Zopiro, um estofador que curtia futebol”, explica. “Foi pelo trabalho dele que tive contato com a costura.” Aliás, para largar o emprego no shopping e se dedicar ao sonho, em 2014, Fontoura cursou Técnicas Básicas de Corte e Cultura, no Senac. “Tinha dez colegas e só três eram homens”, lembra. “Tinha ideias de roupas, mas levava para uma costureira, hoje eu faço.” A marca de Fontoura aposta no e-commerce e nas parcerias com lojistas da cidade. “Temos a marca no Instagram onde mostramos as coleções.”
O que torna um empreendedor
Busca de oportunidades e iniciativa – identifica oportunidades onde os outros não as percebem
Persistência – Enxerga soluções alternativas diante de adversidades
Disposição para correr riscos calculados – avalia as alternativas, onde, como e quando pode assumir riscos
Exigência de qualidade e eficiência – foca em resultados e busca um padrão de qualidade associado a custos mais baratos, a melhoria do produto e ao cumprimento de prazos
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